O Benfica joga daqui a pouco um dos encontros mais decisivos da época em Itália. Os encarnados vão tentar anular a desvantagem de dois golos frente ao Inter Milão e seguir para as meias-finais da Liga dos Campeões.

A ocasião foi aproveitada pelo jornal italiano 'La Gazzetta dello Sport' para entrevista Carla Ferreira, uma das filhas do malogrado Eusébio, figura maior da história do futebol encarnado.

O King esteve a um passo de atuar no emblema italiano nos anos 60 do século XX mas o fecho de fronteiras impediu a sua transferência do Benfica para o Inter. Carla agora espera que os jogadores possam fazer história, pelo seu pai.

"Seria mais fácil se este Inter-Benfica terminasse de forma diferente do que sucedeu no passado. Ficaria feliz se conseguissem a reviravolta, em nome de Eusébio. É um jogo especial que entra na história do futebol e da nossa família. Infelizmente, a minha equipa [Benfica] está em dificuldades, mas sei que vão dar tudo para tentar eliminar o Inter. Claro que não considero o Benfica já afastado das meias-finais da Champions de antemão", começou por dizer, antes de abordar a transferência falhada de Eusébio para o Inter.

"O meu pai chegou a vir a Milão, acertou tudo com [Angelo, pai de Massimo] Moratti [na altura dono e presidente do Inter de Milão, nos anos 60 do século XX]. Mas acabou por voltar atrás e deixar tudo porque as fronteiras fecharam. Ele próprio [Eusébio] me confessou que chegou a vir a Milão ver de uma casa, pois o acordo com o presidente [Angelo] Moratti era total. Mas o encerramento das fronteiras de Itália fez gorar-se a transferência", recordou Carla Ferreira, uma das filhas de Eusébio, ao 'La Gazzetta dello Sport'.

Na final da então Taça dos Clubes Campeões Europeus (agora Liga dos Campeões) de 1965, o Inter venceu o Benfica por 1-0 no mesmo Estádio Giuseppe Meazza onde esta quarta-feira o Benfica vai tentar virar o 0-2 da primeira-mão, na Luz.

Nessa tal final perdida, o guarda-redes Costa Pereira, do Benfica saiu lesionado após lesão e teve de ser o central Germano a ir para a baliza. Numa época em que não eram permitidas substituições, o Benfica jogou o resto do encontro com menos um e com um jogador de campo à guarda-redes.