O que poderia ter sido esta eliminatória do Sporting com o Bayer Leverkusen se Jorge Jesus tivesse apostado a sério na Liga Europa? Depois da boa atuação dos leões na segunda mão dos 16 avos de final, apesar da derrota por 3-1, a ‘million dollar question’ deixa um certo sentimento amargo na mente dos adeptos.
Mesmo sem Paulo Oliveira, Adrien (lesionado), Bryan Ruiz ou Slimani no onze, a verdade é que o Sporting deixou uma boa imagem em Leverkusen. Com grande personalidade, os leões conseguiram dominar durante largos períodos o terceiro classificado da Bundesliga, acabando por ‘morrer na praia’ com a ineficácia e fraca capacidade de decisão… em momentos decisivos.
Sem surpresa, o Bayer teve uma entrada forte na partida, impondo a sua enorme intensidade física e pressing alto. O bloqueio à construção de jogo dos leões – hoje a cargo de William e Aquilani no centro do terreno – levou à procura de outras soluções, quase sempre desbloqueadas por um pujante João Mário e um irreverente Bruno César.
Após uma entrada titubeante, a equipa de Jorge Jesus acabou por serenar no encontro e estabilizou. Porém, a estabilidade trouxe uma surpresa envenenada, com o golo de Bellarabi, aos 29 minutos, numa jogada rápida do ataque alemão. No remate do internacional germânico, porém, Rui Patrício não ficou bem na fotografia.
Curiosamente, o Sporting soube crescer com a adversidade. Já depois de dois falhanços de Carlos Mané, o extremo voltou a ter o golo nos pés, mas a missão acabaria por ser concluída com a recarga de João Mário. O jovem médio aproveitou a defesa incompleta de Leno e fez o empate aos 38 minutos. Mais do que um golo, era a prova que valia a pena ter esperança no apuramento para os ‘oitavos’.
O intervalo não travou o crescimento do Sporting. A crença na reviravolta trouxe então Bryan Ruiz para o campo e a equipa de Jorge Jesus subjugava claramente o Bayer. No entanto, mais uma vez, o pragmatismo alemão fez das suas e Bellarabi deu nova prova da sua qualidade. Aos 65’ – e já depois de um lance polémico entre Bruno César e Wendell, onde ficou por mostrar um cartão vermelho ao lateral do Bayer por agressão ao médio leonino – chegou o 2-1 contra a corrente do jogo. Uma bomba de Bellarabi foi o ‘murro no estômago’ que vergou os leões.
A nova desvantagem foi um rude golpe que deitou por terra a grande reação do Sporting, de pouco valendo as entradas de Slimani e Gelson Martins. Aliás, as mudanças de Jorge Jesus acabaram até por não surtir efeito.
O tempo corria para o adeus do Sporting à Liga Europa, mas o resultado foi ainda agravado com o terceiro golo do Bayer, por sinal um grande remate de Çalhanoglou, aos 87’. O 3-1 final era não só pesado como até algo cruel para os leões, que mostraram que a qualificação era, efetivamente, possível. Fica a aposta exclusiva do Sporting no campeonato, o sempre assumido e declarado objetivo da temporada em Alvalade.
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