O Marselha foi designado pelo sorteio como o próximo adversário do Benfica nos quartos de final da Liga Europa, sendo o próximo obstáculo encarnado no caminho para as meias-finais. Embora seja um emblema amplamente conhecido, analisamos ao pormenor as particularidades da equipa gaulesa neste raio-x que lhe permitirá conhecer melhor o que as águias vão ter de enfrentar nos próximos dias 11 de abril (casa) e 18 do mesmo mês (fora).
Percurso ao longo da temporada
O emblema gaulês está a protagonizar uma temporada algo instável sendo que já teve quatro treinadores diferentes a comandar a equipa a partir do banco de suplentes. Marcelino Toral iniciou a temporada, mas a dualidade exibicional levou os responsáveis do Marselha a optarem por outra solução. Gennaro Gattuso foi o escolhido para transmitir alguma personalidade ao plantel, mas o nível de futebol praticado não foi o melhor e foi aí que entrou a escolha por Jean-Louis Gasset, com Pancho Abardonado a assumir as rédeas pelo meio, de forma provisória.
Neste momento a equipa vive a melhor fase, seja em termos de resultados ou de qualidade futebolística, embora as escolhas anteriores façam do emblema francês o sétimo classificado na Ligue 1, que também ficou pelo caminho nos 16 avos de final da Taça de França, às mãos do Rennes.
Já o percurso na Liga Europa foi de maior acerto, uma vez que terminaram a fase de grupos no segundo lugar, atrás do Brighton e à frente de Ajax e AEK. Seguiu-se o Shakhtar Donetsk e o Villarreal, duas missões espinhosas que o Marselha passou com alguma dificuldade, mas cujas exibições foram suficientemente convincentes para justificar a presença nesta fase avançada da competição.
Pontos fortes
Se olharmos para o plantel do Marselha, percebemos que o resultado da temporada não se deve à falta de soluções. Há muito talento no emblema francês, que nos dias bons se traduz em jogos de alto nível, em que as rápidas transições ofensivas são armas difíceis de parar pelos adversários.
Sem ser uma equipa que adora dominar os rivais pela posse de bola, a equipa de Gasset tenta praticar um futebol rendilhado explanado num 4-3-3, que aproveita os desequilíbrios defensivos dos adversários para lançar velocíssimos ataques, explorando a rapidez dos elementos mais avançados.
A velocidade de jogadores como Aubameyang, Luis Henrique ou Ismaila Sarr, quando bem aproveitada, torna-se um quebra-cabeças complicado de resolver para as defesas adversárias. Ounahi e Rongier asseguram qualidade ao meio-campo, enquanto Balerdi e Mbemba são os esteios defensivos na defesa que dão tranquilidade à equipa.
Pontos fracos
Além da já referida instabilidade exibicional, o Marselha apresenta algumas debilidades defensivas, especialmente quando não estão presentes os principais elementos de equilíbrio do plantel. Se, em algumas alturas, da temporada, se notou que a equipa permitia demasiados contra-ataques perigosos, a incapacidade de "descansar com bola" e cansar os oponentes também é um dos problemas patentes.
De certo modo parecia que a equipa pecava por querer fazer tudo muito rápido (também devido à ausência de bons resultados), o que era prejudicial e obrigava a vários erros não forçados. Além disso a apetência ofensiva dos laterais, Clauss e Merlin, deixa a equipa descompensada em certos momentos do jogo o que também faz com o que Marselha sofra demasiados golos.
Para se perceber, em 39 partidas na totalidade da temporada, o emblema gaulês já marcou 68 golos, mas sofreu 45, números que deixam um pouco a desejar para uma equipa que ambiciona lutar pelo título ou, pelo menos, procura chegar às competições europeias.
As figuras
Embora haja vários jogadores de qualidade no plantel, há três figuras que são obrigatoriamente de proa. Pierre Emerick Aubameyang é o líder desta equipa e dos jogadores mais perigosos na frente de ataque. Apesar dos 34 anos, ainda é dono de uma velocidade supersónica e continua com o faro pelo golo bem apurado.
Já realizou 39 jogos, em todas as competições, nos quais marcou 23 golos e assistiu para outros 10. Além destes números que se revelam preciosos para os objetivos do clube, é um dos jogadores mais cotados da equipa e esse respeito sente-se em campo.
No meio-campo Azzedine Ounahi é o grande agitador, sendo um jogador capaz de cumprir várias funções. Embora defensivamente não seja nenhum Rodri, é bastante comprometido e tem nas funções ofensivas as maiores valências. Dono de uma capacidade de drible singular, é um grande maestro do meio-campo do Marselha e acrescenta muito à equipa em termos de (pen)último passe. Esta temporada, já realizou 32 jogos, tendo somado três golos.
Na defesa, o principal elemento (além de Balerdi) é Jonathan Clauss. O ala transformado em defesa direito tem mostrado bastante competência nas tarefas defensivas, às quais acrescenta muita competência quando a equipa ataca. Faz o corredor como poucos, o que lhe vale um lugar na convocatória de França neste momento. Aos 31 anos, é um dos líderes da equipa e já participou em 39 jogos, tendo contribuído com cinco golos e 13 assistências.
Este é o raio-x do próximo adversário do Benfica nos quartos de final da Liga Europa, que num dia bom pode trazer problemas significativos à equipa de Roger Schmidt.
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