O clássico entre FC Porto e Benfica terminou sem golos no Estádio do Dragão, mas não sem intensidade. Foi um jogo de xadrês tático, disputado palmo a palmo, em que as duas equipas mostraram organização, disciplina e respeito mútuo.

O FC Porto foi a equipa mais proativa, especialmente na segunda parte, quando acelerou o ritmo e encostou o Benfica ao seu meio-campo, mas faltou eficácia na definição. O Benfica, por sua vez, resistiu com blocos baixos e boas coberturas defensivas, mas teve dificuldade em impor o seu jogo ofensivo.

Apesar do nulo, houve figuras e momentos a destacar — o clássico viveu de detalhes e de pequenos duelos dentro do grande jogo.

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FIGURA: Bednarek (FC Porto)

O FC Porto-Benfica acabou por ser um jogo muito tático, e grande parte da construção portista passou por Bednarek (também por Kiwior)… e por muita paciência, à procura do mínimo espaço para progredir. O internacional polaco, ex-Southampton, assumiu-se como verdadeiro líder do setor defensivo. Seguro no passe, mesmo sob pressão, mostrou personalidade na saída de bola e critério na forma como procurou quebrar linhas em direção ao meio-campo adversário.

Defensivamente, esteve irrepreensível, recuperando várias bolas em zonas adiantadas e travando as tentativas de ligação entre o meio-campo encarnado e Pavlidis. Viu cartão amarelo aos 48 minutos e esteve envolvido noutro lance tenso com o avançado grego, mas soube gerir o risco disciplinar com inteligência e experiência. Um clássico de capitão sem braçadeira.

FOTOS: O FC Porto-Benfica em imagens

FIGURA: Dedić (Benfica)

Do lado do Benfica, Amar Dedić foi dos poucos a manter a lucidez e a consistência num jogo de alta exigência. O lateral-direito mostrou solidez a defender e coragem a atacar, sendo uma das principais válvulas de escape da equipa na primeira parte. Tentou progredir com bola, apoiou-se em Lukebakio e teve algumas incursões perigosas pelo corredor direito, numa altura em que o FC Porto dominava a posse.

Na segunda parte, continuou fiável no posicionamento, controlando bem as investidas de Moura e Borja Sainz. Num momento simbólico, já depois do minuto 60, tentou arrancar sozinho da direita para o centro, numa corrida que acabou por perder, mas que mostrou caráter e entrega. Terminou exausto — e elogiado por Mourinho à beira do relvado.

MOMENTO: Rodrigo quase que já lá Mora...

Entrou em cima do minuto 90 e, em segundos, quase escreveu o seu nome na história do clássico. Após uma grande arrancada e passe de Deniz Gül, o jovem Rodrigo Mora apareceu solto à entrada da área e rematou colocado — mas a bola bateu com estrondo na barra da baliza de Trubin.

Foi o momento mais quente da noite e aquele que fez suspender o Dragão. Um instante de quase-glória que salvou um jogo tenso e fechado de acabar em silêncio absoluto.