A irritação de Kylian Mbappé no passado sábado, ao ser substituído pelo técnico Thomas Tuchel na goleada por 5-0 sobre o Montpellier é uma mancha na campanha triunfal do PSG no Campeonato Francês. Um novo capítulo do distanciamento entre as duas personalidades, antes do confronto contra o Nantes, esta terça-feira (4) pela 23.ª jornada da competição.
Há algo que não flui na grande temporada do PSG, líder da Ligue 1 com 12 pontos de vantagem sobre o Olympique de Marselha, qualificado para os oitavos de final da 'Champions', para a final da Taça da Liga e para os 'quartos' da Taça de França.
"Não são imagens boas, mas não somos o único clube que vive este tipo de situações. Não estou irritado, mas estou triste porque não era necessário. Mas vou continuar assim, a tomar decisões desportivas. Não jogamos ténis, jogamos futebol, temos que ter respeito por toda a gente", afirmou Tuchel na conferência de imprensa, após a partida de sábado, quando questionado sobre a irritação de Mbappé ao ser substituído.
Quando faltam duas semanas para dos oitavos de final da Liga dos Campeões contra o Borussia Dortmund, o calendário do PSG inclui, nesta semana, uma visita ao Nantes e a recepção do Lyon no Parque dos Príncipes, dois jogos complicados, num momento interno turbulento do clube parisiense.
De acordo com a imprensa francesa, Mbappé e Tuchel conversaram no domingo, dia dois de fevereiro, para esclarecer os desentendimentos de uma relação que já sofreu com outros episódios similares desde que o alemão assumiu o comando técnico do PSG.
Em outubro de 2018, antes da vitória por 2-0 sobre o Marselha, Tuchel puniu o jogador, assim como o médio Adrien Rabiot, ex-PSG, por se terem atrasado para uma reunião pré-jogo, deixando Mbappé no banco de suplentes no clássico.
Mais recentemente, Mbappé queixou-se de ter começado no banco na goleada por 5-0 sobre o Brugge, para a Liga dos Campeões. "Queria entrar de início. Pensei que seria titular. A decisão é do treinador e há que aceitá-la. Quis voltar a demonstrar que é difícil prescindir de mim", disse depois o atacante de 21 anos, numas declarações que causaram muita polémica.
Na altura, Christophe Dugarry comentou o caso e disse que a companhia de Neymar não está a fazer bem ao internacional francês. Para Dugary, Mbappé devia procurar outras amizades, sob pena de se perder na carreira.
"Creio que está a Neymarizar-se. Preferia que saísse com [Idrissa] Gueye, [Ander] Herrera ou Di Maria. É menos divertido, é mais divertido estar com Neymar, mas bem... Como disse, temo que o sonho acabe para este jovem, sinto que as coisas podem mudar", atirou.
Naquele dia, Mbappé respondeu ao técnico com O seu futebol, entrando na partida e marcando três golos.
O equilíbrio entre o ambicioso Mbappé, ávido por quebrar recordes, e Tuchel, que quer proteger a sua jovem estrela e, ao mesmo tempo, dar mais oportunidades em campo a outros jogadores, é complexo.
"É melhor ele sair de campo irritado do que a sorrir. Isso mostra a sua vontade de continuar a jogar e a marcar golos", explicou o central do PSG, Presnel Kimpembe.
"É difícil sair, mas é preciso compreender que há outros jogadores que querem entrar", completou o médio argentino Angel Di Maria.
Na véspera da partida contra o Nantes, sem Neymar, que contraiu uma lesão de última hora na zona das costelas, facilitará o trabalho de Tuchel, pelo menos por alguns dias.
Jogos da 23:ª jornada do Campeonato francês:
- Terça-feira:
Mónaco - Angers
Lille - Rennes
Nantes - PSG
- Quarta-feira:
Toulouse - Strasbourg
Montpellier - Metz
Nîmes - Dijon
Lyon - Amiens
Reims - Nice
Brest - Bordéus
Saint-Etienne - Olympique de Marselha
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