
Benfica e FC Porto vão começar a sua odisseia no renovado Mundial de Clubes de futebol, alargado para 32 equipas a partir desde ano. Além do prestígio internacional, projeção da imagem dos clubes no exterior, o Mundial é ainda uma excelente montra de valorização dos ativos.
Há que destacar também a importância do elemento financeiro, principalmente para clubes da dimensão de Benfica e FC Porto.
Para convencer os clubes e os críticos que olham para o torneio como mais uma prova para sobrecarregar o já difícil calendário mundial, a FIFA vai distribuir prémios de mil milhões de dólares, cerca de 926 milhões de euros. Este é o maior valor alguma vez oferecido pela FIFA num torneio. No Mundial de 2022, por exemplo, só foram distribuídos 404,8 milhões de euros.
Além do montante, a distribuir por todos os participantes na prova, o organismo que rege o futebol mundial criou ainda um mecanismo de solidariedade que permitirá distribuir verbas por clubes por todo o mundo, e não só para os participantes, entre eles FC Porto e Benfica.
O presidente da FIFA Infantino garantiu ainda que "todo o dinheiro será distribuído pelos participantes" da prova.

Vencedor pode arrecadar 115 milhões de euros
Quem levantar o novíssimo e bonito troféu do Mundial de Clubes, levará ainda para casa qualquer coisa como 115 milhões de euros (ME) só em prémios. Um incentivo extra que tem por objetivo atrair os clubes para esta prova e afastar os fantasmas da Super Liga Europeia.
Ao todo, a FIFA irá distribuir, em média, 14,7 milhões de euros por jogo no Mundial de Clubes, muito acima do que a UEFA pagou, por exemplo, por cada jogo (foram 205 jogos) da Champions em 2024/25 (média de 13,2 ME por jogo). A Premier League, por exemplo, a Liga mais rica do Mundo, pagou 3,41 mil milhões de euros em 2024/25, a uma média de nove milhões de euros por partida (380 jogos realizados).
A título de exemplo, quando o Manchester City venceu a Liga dos Campeões em 2023, ganhando todos os jogos da fase de grupos, arrecadou 134,9 milhões de euros, mas durante os nove meses que durou a prova.
Os prémios pelo desempenho desportivo ascendem a 440 ME, enquanto os de participação foram fixados em 486 ME, com os 12 clubes europeus, nos quais se incluem os dois portugueses, a recolherem a maior parte, entre 11,9 e 35,4 ME para cada, com base em critérios desportivos e comerciais.
Cada equipa sul-americana vai encaixar 14,1 ME, ligeiramente acima das provenientes de África, Ásia e América do Norte, Central e Caraíbas, que vão receber 8,8 ME, enquanto o único representante da Oceânia, o Auckland City – adversário do Benfica -, terá direito a 3,3 ME.
Cada vitória na fase de grupos rende o equivalente a 1,85 ME, o dobro do empate (926 mil euros), valores que disparam para 6,9 ME pela presença nos oitavos de final, 12,2 ME nos ‘quartos’, 19,5 ME nas meias-finais, enquanto o vencedor vai amealhar 37 ME e o finalista vencido 27,8 ME.

Na distribuição das verbas, o FC Porto arrecada 2,1 milhões de euros a mais do que o Benfica. Uma diferença que se explica por um lugar no ranking da UEFA: os Dragões ocupavam o 10.º lugar no ranking de apuramento, um lugar acima dos Encarnados. Assim, a SAD Azul e branca arrecadará 16,7 milhões de euros pela entrada na prova, as Águias recebem 14,6 ME.
Para se ter uma ideia da importância das verbas, os 16,7 ME recebidos pelo FC Porto só pela entrada na prova é quase igual a a verba encaixada pela sua participação na Liga Europa 2024/25. O Benfica recebeu 18,6 milhões de euros só por entrar na fase de grupos da Champions.
A FIFA criou ainda um programa de solidariedade que irá redistribuir mais 250 milhões de dólares [231,6 ME] para o futebol em todo o mundo. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, garantiu que todas as receitas do Mundial vão manter-se no universo dos clubes.
Ao todo, vão ser 63 jogos no Mundial de clubes, em 12 estádios e em 11 cidades, entre 15 de junho e 13 de julho de 2025, com a final a ser disputada no MetLife Stadium, que vai também acolher os dois jogos das meias-finais, em 08 e 09 de julho.
O FC Porto ficou integrado no Grupo A, em conjunto com Palmeiras, treinado pelo português Abel Ferreira, Al Ahly e o anfitrião Inter Miami, enquanto o Benfica vai defrontar Boca Juniors, Auckland City e Bayern Munique, na ‘poule’ C.
*Com Lusa
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