A FIFA vai pagar diretamente às jogadores presentes no Mundial de futebol feminino pela primeira vez na história. Cada atleta receberá 30 mil dólares (27.409 euros) do organismo que rege o futebol mundial só por marcar presença na prova.
O valor atribuído pela FIFA a cada atleta irá aumentar, a medida que cada seleção avance no torneio que terá lugar na Austrália e na Nova Zelândia
A seleção vencedora da prova levará para casa 9.2 milhões de euros, sendo que 5.5 ME terá de ser distribuído diretamente às jogadoras.
As jogadoras campeãs levarão para casa 246 mil euros cada, as vice-campeãs ficam com 178 mil euros e as que terminarem no derradeiro lugar do pódio arrecadam 164 mil euros cada. 150 mil euros será dado a cada atleta que ficar no quarto posto. As jogadoras das equipas que ficarem pelos quartos de final recebem 82 mil euros, as que terminarem nos oitavos de final levam 54 mil euros.
Esta medida vem na sequência de uma promessa feita pelo organismo liderado por Gianni Infantino em março, de aumentar os prémios a distribuir pelas 732 jogadoras que irão participar no Mundial de Futebol feminino que arranca em julho, na Austrália e na Nova Zelândia.
A FIFA aumentou significativamente os prémios, que passaram dos 27.4 ME pagos em 2019 no Mundial de França, para mais de 100 milhões de euros este ano. Um aumento de mais de 300 por cento.
Em muitos casos, os prémios arrecadados irão ultrapassar os montantes ganhos pelas atletas nos seus clubes. De acordo com um relatório da FIFA, o salário médio pago no futebol profissional feminino é de 14 mil dólares (12.791 euros).
Esta medida da FIFA já mereceu o apoio da FIFpro, o sindicato internacional dos futebolistas, que destaca o impacto da medida em 150 jogadoras internacionais.
Em novembro de 2022, a FIFpro tinha enviado uma carta à FIFA, subscrita por 150 futebolistas internacionais, onde as mesmas exigiam igualdade de condições e prémios em relação ao futebol masculino por parte do organismo que rege a modalidade a nível global. As signatárias da carta pediam ainda a FIFA que dividisse diretamente o dinheiro arrecadado com a prova pelas atletas.
"Muitas jogadoras presentes no Mundial de futebol feminino estão no torneio como amadoras ou semiprofissionais, o que mina a sua preparação e, consequentemente, a qualidade do seu futebol nos relvados. Muitas jogadoras não tem acordos com as respetivas federações que lhes garanta um tratamento justo e equitativo, incluindo a garantia de uma compensação financeira, como por exemplo, parte dos prémios monetários do Mundial de futebol feminino", recordou ainda a FIFpro.
"Independentemente do dinheiro arrecadado por cada federação, as jogadoras não recebem uma parte daquilo que elas lutam para ganhar em campo – uma parte que ajudaria nas suas carreiras. Esta é a realidade das nossas colegas dos quatro cantos do Mundo que ainda não são totalmente profissionais e que vão estar no Mundial de futebol", terminava a carta.
A FIFA irá distribuir 110 milhões de dólares (mais de 100 milhões de euros) em prémios para o Mundial2023, o que é três vezes mais do que foi pago no Campeonato do Mundo de 2019, em França (30 milhões de dólares, 27.4 ME)
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