O selecionador nacional feminino de futebol, Francisco Neto, reconheceu hoje a satisfação por estar presente no Mundial2023, mas, a 24 horas da estreia, garantiu que Portugal que dar um passo em frente em relação a anteriores fases finais.
Na conferência de imprensa de antevisão do jogo com os Países Baixos, já em Dunedin, o palco do encontro de domingo, o técnico da formação das ‘quinas’ deixou claro que, mais do que participar, o estreante Portugal quer competir.
“É bom estar cá, é bom participar, mas será melhor competir. E é isso que nós queremos. Nós queremos ser competitivos, organizados. E, aquilo que diz a história desta equipa é que tem partido sempre abaixo das outras no ranking e não foi por isso que não conseguimos atingir os nossos objetivos”, recordou.
Francisco Neto lembra, porém, que Portugal ainda não o conseguiu em fases finais, nomeadamente nas dos Europeus de 2017 e 2022, em que caiu na fase de grupos.
“Nas fases finais, tem sido duro, tem sido difícil. Temos crescido, temos sido competitivos, mas também ainda não tivemos os resultados que gostaríamos de ter e queremos tentar ao máximo que neste Campeonato do Mundo consigamos dar esse passo em frente, sabendo sempre que é muito difícil”, explicou.
O selecionador luso afirmou respeitar todos os adversários, nomeadamente os mais experientes Países Baixos, mas garantiu que vai ripostar: “Temos as nossas armas, a nossa ambição, o nosso coração e é isso que temos de meter no campo amanhã (domingo)”.
Acompanhe todos os jogos e as notícias de atualidade do Mundial Feminino 2023 no Especial do SAPO Desporto
Para Francisco Neto, a fase de grupos é a “montanha mais difícil” que Portugal já teve de escalar, tendo em conta que “a campeã do Mundo [Estados Unidos] e a vice-campeã do Mundo [Países Baixos] estão presentes no grupo”.
“Aquilo que fizemos até aqui foi dotar as nossas jogadoras das melhores cordas, das melhores ferramentas que o montanhismo nos permitiu para que elas se sintam confortáveis e fortes para conseguir trepar”, disse o selecionador.
Logo no início da ‘montanha’, os Países Baixos: “É uma equipa que nós achamos diferente (em relação ao Euro2022). Acima de tudo, com bola e coletivamente, estão diferentes para melhor”.
“Tem uma estrutura tática diferenciada, com um novo treinador, uma ideia de jogo ofensiva diferente, é uma equipa dominadora, que se sente muito confortável com bola e na reação à perda, dois momentos que nós consideramos extremamente competitivos e voltaram, no meu entender, a elevar o nível de jogo dos Países Baixos”, explicou.
Portugal também mudou em relação ao 2-3 sofrido na fase de grupos do Euro2022, em Inglaterra: “Apresentamo-nos mais experientes, mais maduros. Tivemos um ano de muita pressão, com muitos jogos competitivos, onde não podíamos errar”.
“Felizmente, conseguimos dar resposta nesses jogos, o que nos permitiu estar aqui no Campeonato do Mundo, pelo que amanhã (domingo) será novamente um desses jogos onde o nível, eu acho, que vai subir e nós temos de subir com ele”, prosseguiu.
Francisco Neto destacou ainda que a estrutura a utilizar não é o mais importante: “Acima de tudo, queremos é manter a nossa dinâmica, os nossos princípios. Independentemente da estrutura que nós iremos usar, nós queremos é ter a nossa identidade”.
“Os nossos princípios estão lá, nós não queremos mudar isso. Queremos ser Portugal, ter a nossa identidade e é aí que nós temos de nos focar, sabendo que os Países Baixos estão diferentes, têm dinâmica diferente, têm muito mais variação entre o jogo curto e o jogo longo, têm muito jogo interior, num primeiro momento, para depois estimular o jogo por fora”, explicou.
O técnico português está, porém, consciente de que os Países Baixos “podem mudar”, em função da longa preparação para o Mundial.
“Carregámos a mochila delas com o máximo de cenários possíveis e amanhã (domingo) teremos de estar preocupados é connosco, com aquilo que conseguimos fazer, que conseguimos dominar, e iremos fazer os ajustes necessários para que as jogadoras se sintam confortáveis no início da 'montanha', frisou.
As jogadoras não terão ‘excesso’ de informação: “Não quero é sair frustrado do jogo, a sentir que não as preparei, ou que não lhes pus a ‘corda’ ajustada para aquilo que elas vão precisar. Esse é o meu trabalho enquanto treinador, é prepará-las ao máximo, dotá-las ao máximo, de todas as ferramentas, de todos os cenários possíveis e imaginários”.
“É assim que temos vindo a trabalhar e essa é a minha obrigação enquanto treinador. Espero amanhã (domingo), no final do jogo, estar tranquilo com isso, e sentir que eu, e a minha equipa técnica e o meu staff todo da federação, de tudo fizemos para poder ajudar as jogadoras naquilo que seja o sentirem-se o mais confortáveis possíveis a competir num palco do Campeonato do Mundo”, finalizou.
O nono encontro entre Portugal e Países Baixos, da primeira ronda do Grupo E, está marcado para domingo, pelas 19:30 locais (08:30 em Lisboa), no Forsyth Barr Stadium, em Dunedin, na Nova Zelândia, com arbitragem da ucraniana Kateryna Monzul.
Comentários