O selecionador da Guiné-Bissau, o português Luís Boa Morte, lamentou hoje o empate a um golo diante do Egito, em Bissau, em jogo da quarta jornada da fase de apuramento da zona africana para o Mundial2026.

No final da partida, e em conferência de imprensa, Boa Morte afirmou que sentiu que a Guiné-Bissau “poderia ter feito mais” diante de “uma das melhores equipas de África”, mas felicitou os seus jogadores.

“Taticamente, a equipa esteve quase perfeita”, observou o selecionador guineense.

A Guiné-Bissau utilizou uma linha de três centrais – Marcelo Djaló, Opa Sanghante e Sambinha – e até controlou bem o Egito que, embora tenha tido mais circulação de bola, saiu para o intervalo a perder.

Mama Baldé, capitão da seleção guineense, marcou aos 42 minutos, numa jogada de insistência por si iniciada e que contou com a colaboração do defesa Sanghante, que, num duelo físico com os centrais egípcios, levou a melhor para servir o avançado dos franceses do Lyon.

O autor do único golo da Guiné-Bissau seria substituído minutos depois, por acusar fadiga muscular, de acordo com Luís Boa Morte, que fala no “desgaste de alguns jogadores” devido ao facto de terem feito dois jogos em três dias.

A Guiné-Bissau empatou a zero diante da Etiópia na sexta-feira, no jogo da terceira jornada.

O Egito chegou ao empate aos 70 minutos, por intermédio do seu capitão, Mohamed Salah, jogador do Liverpool, numa jogada que Luís Boa Morte disse que “poderia ter sido evitada”.

Salah recebeu a bola na direita do ataque egípcio, cortou para dentro, na sua jogada característica, sempre com a bola colada à perna esquerda, passou por vários defesas da Guiné-Bissau e desferiu um remate seco já na pequena área, batendo o jovem guarda-redes Manuel Baldé.

Em relação à prestação de hoje, Boa Morte enalteceu a qualidade demonstrada pela seleção guineense, mas disse ter ficado triste pelo resultado.

“Deixaram a pele em campo”, defendeu o técnico português, salientando que a seleção guineense “não tem medo de ninguém”.

Luís Boa Morte notou que a jornada dupla poderia dar à Guiné-Bissau “mais pontos” na classificação, mas, mesmo com os dois empates, tirou boas notas, que deverão ser desenvolvidas na próxima concentração da seleção, em setembro, para os jogos da eliminatória da Taça das Nações Africanas (CAN).

O Ministro do Desporto guineense, Augusto Gomes, agradeceu a entrega dos jogadores e disse que “o povo espera muito deles”.

“Acreditamos que vamos fazer uma boa campanha para o Mundial”, defendeu Gomes.

O presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, Carlos Teixeira, enalteceu “a forma digna” como os jogadores “defenderam a seleção” e aproveitou para felicitar a equipa técnica de Luís Boa Morte, em funções desde março.