O investimento da ESPN para o Mundial de Futebol, modalidade pouco popular entre os norte-americanos, mas muito apreciada pelas minorias latino-americanas, é considerado por analistas da indústria desportiva como o maior para um único evento desportivo.
O director geral da ESPN Deportes, Lino Garcia, afirma que a forte presença no Mundial na África do Sul se deve ao facto de existir nos Estados Unidos “uma crescente comunidade que fala português e que vive e respira futebol”.
“Com o Brasil e Portugal no Mundial, decidimos aproveitar os nossos direitos de transmissão em múltiplos idiomas para melhor servir a comunidade que fala português,” acrescentou.
A empresa pagou 100 milhões de dólares pelos directos de transmissão em inglês e noutras línguas para os Estados Unidos deste e do próximo Mundial e vai ter na África do Sul uma equipa de mais de 300 pessoas a acompanhar os jogos.
Além dos relatos de Mauro Pereira e Paulo Calçade, a equipa da ESPN inclui três comentadores (José Trajano, Juca Kfouri e Paulo Vinicios Coelho), além de dois apresentadores (Paulo Soares e Paulo Andrade).
A guerra linguística entre a ESPN e a Univision reflete, no entanto, o crescente interesse pelo futebol nos Estados Unidos, onde esta modalidade continua a ocupar um lugar secundário, mas de crescimento óbvio nos últimos anos.
Fonte da cadeia disse à Lusa que os mais recentes estudos indicam que o número de adeptos “ávidos” de futebol nos Estados Unidos cresceu de seis por cento para 10 por cento da população, nos últimos quatro anos.
A ESPN espera, segundo a mesma fonte, que o número de telespectadores para este Mundial aumente entre 25 e 50 por cento em relação ao último Mundial na Alemanha.
A ESPN decidiu transmitir para os Estados Unidos todos os jogos do Mundial nas suas quatro cadeias desportivas – ESPN, ESPN2, ESPN3 e ESPN Deportes - e ainda na rede de televisão ABC. Alguns serão mesmo transmitidos simultaneamente em vários dos seus canais.
A cadeia de televisão de língua espanhola Univision tem os direitos exclusivos de transmissão directa dos jogos em espanhol para os Estados Unidos.
Relativizando a aposta da ESPN Deportes, um porta-voz disse à Lusa “haver uma audiência limitada que tenha interesse em português”.
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