A notícia foi revelada na tarde de hoje pelo porta-voz da Sony Music Entertainment Keith Lister, que considerou a morte de Ntshebe uma “história triste e trágica”.
“A poucos dias de concretizar os seus sonhos, foi levado desta forma. É uma enorme perda. Para alguém que se esforçou como ele se esforçou, que ensaiou como ele ensaiou, é trágico que tudo lhe tenha sido tirado no momento de reconhecimento do seu talento e sucesso”, referiu Lister.
O porta-voz da discográfica confessou que a Sony não sabe ainda o que vai fazer com o álbum que acaba de ser gravado por não pretender dar a impressão, caso o publique de imediato, de estar a tirar partido da morte do artista.
Siphiwo Ntshebe acabou de gravar para a Sony Music um álbum do qual constava a canção que deveria entoar na cerimónia de abertura do grande evento desportivo, a 11 de Junho, no Estádio Soccer City, e que constituía uma mensagem de esperança enviada pelo ex-presidente Nelson Mandela.
A Federação Internacional do Futebol (FIFA) e o Comité Organizador Local (COL) expressaram já a sua profunda tristeza pelo falecimento do tenor sul-africano, que já tinha sido, na sua terra-natal, comparado a Luciano Pavarotti.
“Estamos profundamente tristes com a notícia do falecimento deste jovem. Ele era um talento prodigioso que deveria ter enviado uma mensagem de esperança do Mundial a todo o mundo. É sem dúvida um dia triste para as artes e para o futebol sul-africano”, refere uma mensagem assinada pelo director executivo do COL, Danny Jordaan.
Ntshebe interessou-se pela música e em particular pela ópera desde tenra idade, tendo começado a cantar em coros de igreja e curtas óperas escritas pelo pai, que era um pastor numa igreja do Cabo Oriental.
Aos 16 anos, teve a oportunidade de actuar com a orquestra de Port Elizabeth e foi-lhe então dada a oportunidade de estudar música e drama na Universidade da Cidade do Cabo.
Em 2004 foi-lhe oferecida uma bolsa para prosseguir a sua educação musical em Brisbane, Austrália, e, mais tarde, em Londres, no Royal College of Music, onde terminou a sua graduação em 2007.
Viria a actuar no Dome em Berlim, Alemanha, na cerimónia de atribuição do Mundial de 2010 ao seu país, para o Duque de Edimburgo, no Palácio de Saint James, no Mónaco, na presença de Nelson Mandela e do príncipe Alberto, e no Royal Albert Hall, em Londres.
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