Milhares de pessoas concentraram-se hoje na avenida dos Campos Elísios, em Paris, para receber a seleção francesa de futebol, campeã do Mundial2018, numa maré humana em que muitos adeptos destacaram a palavra “união”.
Numa artéria descrita pelos franceses como "a mais bela avenida do mundo", o ambiente era de festa, com milhares de bandeiras, perucas azuis, brancas e vermelhas - as cores da bandeira francesa -, chapéus com a forma de galos e camisolas com o nome de diferentes jogadores, com destaque para o nome de Mbappé estampado numa grande quantidade de 'tshirts'.
O ambiente sonoro foi animado com os sons de vuvuzelas, megafones e muitos cânticos, entre os quais "Allez les bleus", "On est champions", "On est français” e o hino de França.
Em torno de um estreito corredor aberto na avenida para a passagem do autocarro panorâmico, decorado por um empresário português, havia milhares de pessoas a saudar e a agradecer aos “bleus” e vários adeptos salientaram à Lusa um sentimento de união, festa e solidariedade.
“Não fui trabalhar esta tarde para vir para aqui porque é um orgulho ser francesa e porque o futebol une as pessoas. Queremos uma França mais solidária e temos de mostrar que somos solidários e orgulhosos de sermos franceses”, afirmou Caroline Pichot, de 38 anos, vestida com uma 't-shirt' com o nome Mbappé impresso e uma coroa de flores com as cores da bandeira francesa.
Também vestido a rigor, com um macacão branco, luvas azuis, chapéu vermelho e megafone, Thibault Lecomte, de 24 anos, fez questão de assistir à chegada da seleção francesa.
“Em 1998, quando fomos campeões do mundo, eu só tinha quatro anos, não me lembro de nada. Por isso, decidi vir porque talvez seja a única vez na minha vida que vou ver uma festa assim, ainda que espere que a França volte a ganhar um mundial durante a minha vida”, contou o francês.
Recém-chegado da Rússia, onde disse ter assistido à meia-final e final, Daniel Solnicki falou em “momento mágico” em que “a população se une” e contou à Lusa a sua “história magnífica” com a seleção de França.
“É uma história magnífica, tem alguma loucura. Estou aqui no meio desta gente toda em Paris e também celebro um aniversário. A 12 de julho de 1998, quando a França venceu o mundial, concebi o meu filho e hoje estou aqui com ele. Esta noite, se calhar, ainda me preparo para ser avô!”, contou, a sorrir e a apontar para o filho, que vestia um chapéu em forma de galo, o emblema da equipa francesa.
O filho, Laslo, jovem franco-americano, também descreveu um “momento único” e falou em "liberté, fraternité e Mbappé" em referêencia à mais jovem estrela da seleção francesa, Killian Mbappé, de apenas 19 anos.
Mais discreto e sem bandeira francesa, o português Luís Lopes foi até à avenida dos Campos Elísios para ver a seleção francesa e conseguiu vislumbrar o técnico Didier Deschamps e o jogador Giroud.
“Eles passaram muito rápido e não deu para ver grande coisa. O único que consegui reconhecer foi o Didier Deschamps e o Giroud e foi de muito longe porque eles passaram super-rápido. Como estava de folga hoje, aproveitei para vir ver”, contou o português de Chaves que está a viver em Paris há quatro anos.
Os jogadores chegaram ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, às 15:00 (14:00 em Lisboa), onde foram recebidos pela ministra do Desporto, Laura Flessel.
Depois, os "campeões” entraram num autocarro panorâmico em direção ao Arco do Triunfo, a partir de onde percorreram a avenida dos Campos Elísios, para festejar com os adeptos, antes de serem recebidos, ao final do dia, pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.
A presidência francesa informou, hoje, que os jogadores e o selecionador Didier Deschamps vão receber das mãos do Presidente francês a Legião de Honra, a distinção máxima em França, nos próximos meses, tal como fez o antigo Pesidente Jacques Chirac, quando a França venceu o seu primeiro Mundial, em 1998.
A França sagrou-se campeã do Mundo de futebol pela segunda vez ao bater domingo a Croácia por 4-2, em Moscovo.
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