Marrocos tornou-se hoje a primeira seleção africana a atingir as meias-finais de um campeonato do Mundo de futebol, ao bater Portugal por 1-0, nos quartos de final da edição de 2022.

A formação marroquina, que foi a quarta do seu continente a atingir os ‘quartos’, fez o que os Camarões, em 1990, o Senegal, em 2002, e o Gana, em 2010, não tinham conseguido.

Um golo de Youssef En-Nesyri, aos 42 minutos, selou o histórico triunfo de Marrocos, que superou a equipa lusa, mesmo com a defesa ‘dizimada’, face às lesões de Mazraoui e Aguerd, que não jogaram, e Saiss, obrigado a sair aos 57 minutos.

Os africanos prosseguiram o seu Mundial de ‘sonho’, que começou com a vitória no Grupo F, face ao empate com a Croácia (0-0), também apurada para as meias-finais, e aos triunfos perante a Bélgica (2-0) e o Canadá (2-1), jogo em que o golo sofrido foi marcado na própria baliza por Aguerd.

Depois, Marrocos fez história perante a Espanha, ao qualificar-se pela primeira vez para os quartos de final, graças a um triunfo nos penáltis (3-0), depois de 120 minutos sem golos, igualando os feitos de Camarões, Senegal e Gana.

Hoje, o ‘onze’ comandado por Walid Regragui, de 47 anos, fez ainda melhor, sendo que o próximo adversário, na corrida à final, será a França ou a Inglaterra.

Na história das seleções africanas em Mundiais, a primeira a chegar aos quartos de final foram os Camarões, que, em 1990, vencerem o Grupo B, à frente de Roménia, Argentina e União Soviética, e, depois, bateram a Colômbia por 2-1, após prolongamento, graças a um ‘bis’ de Roger Milla.

Nos quartos de final da prova realizada em Itália, a formação africana esteve a vencer a Inglaterra por 2-1, mas acabou vergada a dois penáltis de Gary Lineker, o segundo já no prolongamento, perdendo por 3-2.

Uma dúzia de anos depois, na Coreia do Sul e Japão, foi a vez do Senegal, que acabou como segundo do Grupo A, atrás da Dinamarca e à frente do Uruguai e da então campeã em título França, que bateu no jogo inaugural, por 1-0.

Nos oitavos de final, os senegaleses superaram os suecos por 2-1, graças a um ‘golo de ouro’ de Henri Camara, mas, nos ‘quartos’, acabaram por ‘tombar’ da mesma forma, face à Turquia (0-1), que venceu com um tento ‘dourado’ de Ilhan Mansiz.

A terceira seleção africana a chegar aos ‘quartos’ foi o Gana, que, em 2010, começou por ficar no segundo lugar do Grupo D, atrás da Alemanha e à frente de Austrália e Sérvia.

Depois, os ganeses superaram os Estados Unidos por 2-1, após prolongamento, com Asamoah Gyan a resolver. De ‘herói’ a ‘vilão foi, porém, um passo, já que, nos ‘quartos’, aos 120 minutos, com 1-1 no marcador, falhou um penálti.

O jogo foi para o desempate por penáltis, e aí Gyan marcou, mas quem seguiu em frente foi o Uruguai (4-2).

Em 2014 e 2018, nenhum conjunto africano logrou atingir os ‘quartos’, algo que mudou em 2022, com Marrocos a fazer ainda melhor, ao chegar às meias-finais, que vai disputar na quarta-feira, num dia histórico para o continente.