
O governo espanhol avançou hoje com a criação de uma comissão organizadora do campeonato mundial de futebol de 2030 que integra 15 ministérios, além de representantes da federação e dos comités olímpico e paralímpico.
O Mundial2030 será co-organizado por Espanha, Marrocos e Portugal, confirmou a FIFA em dezembro passado.
Hoje, o Conselho de Ministros de Espanha aprovou a criação de uma comissão interministerial para organizar o mundial, revelou a ministra com a tutela do Desporto e portavoz do Governo, Pilar Alegria.
Pilar Alegria presidirá à comissão, que integra representantes de 15 ministérios e terá na vice-presidência um representante do Conselho Superior do Desporto de Espanha.
Farão ainda parte da comissão, "com voz, mas sem voto", representantes da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), do Comité Olímpico de Espanha, do Comité Paralímpico de Espanha e "personalidades de reconhecido prestígigo", segundo a ministra.
Pilar Alegria realçou que a organização do Mundial2030 é para Espanha "um projeto de país" e o Governo compromete-se a desenvovler e facilitar "as melhores infratestuturas e os melhores serviços" e a dar "o apoio institucional necessário".
A ministra considerou o compeonato "uma magnífica oportunidade" para mostrar "o grande potencial" de Espanha para organizar e acolher grandes eventos.
Segundo dados revelados pela federação espanhola de futebol no início deste mês, as diferentes entidades de Espanha envolvidas na organização do Mundial2030 vão investir 540 milhões de euros (ME) na renovação dos 11 estádios que vão receber jogos no país.
"O Mundial não é só sobre estádios. É sobre estádios, campos de base, centros de treino e alojamentos. Esperamos que os vários atores envolvidos invistam 540 ME para renovar os 11 estádios", disse Maria Tato, representante da RFEF no comité executivo do Mundial2030.
Segundo Maria Tato, Espanha já tem 60% dos estádios prontos.
No total, foram selecionados 11 locais e 45 sublocais que devem ser renovados para garantir as condições ideais dos campos de treino, além de oferecerem instalações para os meios de comunicação social e as equipas.
Além disso, será reforçada a infraestrutura hoteleira e de alojamento para as comitivas.
Os 11 estádios estão distribuídos por nove cidades-sede (Madrid, Barcelona, Sevilha, Málaga, Bilbau, San Sebastián, Corunha, Las Palmas e Saragoça).
O montante de 540 ME avançado em Espanha é muito superior ao investimento diretamente atribuível à prova, em estádios e centros de treino, que deverá ascender a 10 ME, segundo os cálculos revelados em dezembro último pela consultora PwC.
Miguel Cardoso Pinto, 'partner' da consultora EY, destacou em entrevista à Lusa, também em dezembro de 2024, que o investimento de Espanha e Marrocos seria substancialmente superior ao português.
"São dimensões e realidades completamente dispares", disse Miguel Cardoso Pinto.
No caso de Espanha, realçou que, apesar de ter grandes estádios, "apanhou uma fase em que alguns estádios realmente estavam a necessitar de grandes intervenções e as mesmas estão em curso", como é o caso do Barnabéu (do Real Madrid) e do Camp Nou (Barcelona).
"Ou seja, nesse aspeto, Espanha vai gastar mais, mas também estava mais atrasada do que Portugal nesse campo", sublinhou Miguel Cardoso Pinto.
Portugal, que recebeu o Euro2004, vai organizar pela primeira vez o Campeonato do Mundo, tal como Marrocos, que repete em 2025 o estatuto de anfitrião da Taça das Nações Africanas (CAN) estreado em 1988, enquanto a Espanha já albergou o Euro1964 e o Mundial1982.
Os três estádios portugueses que vão acolher serão o Estádio da Luz, o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e o Estádio do Dragão, no Porto.
O Mundial2030 também passará pela América do Sul, nomeadamente por Argentina, Paraguai e Uruguai, que irão acolher três partidas, como forma de celebrar o centenário da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.
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