Um jogo impróprio para cardíacos. Portugal venceu a República da Irlanda com dois golos tardios de Cristiano Ronaldo, que se isolou como melhor marcador de sempre de seleções. O avançado português desperdiçou uma grande penalidade no primeiro tempo, mas ainda foi a tempo de virar o jogo já na reta final, dando um triunfo bastante suado à equipa das quinas, depois do golo inaugural de John Egan. O resultado permite a Portugal destacar-se na liderança do Grupo A, com 10 pontos, mais três do que a Sérvia, que tem menos um jogo.
Fernando Santos apostou num 4x3x3 com João Palhinha novamente titular, depois do último jogo no Euro2020, e Rafa a ser a grande novidade na frente, opção que obrigou Bernardo Silva a jogar numa posição mais central no terreno.
Portugal entrou a pressionar e aos 11 minutos Bruno Fernandes acabou derrubado na área por Hendrick. Grande penalidade para a equipa das quinas. Chamado a converter, Ronaldo não conseguiu bater Bazunu, falhando a primeira oportunidade de se isolar como melhor marcador de sempre em jogos de seleções.
Aos 28' nova grande oportunidade para a formação lusa, desta vez com Diogo Jota a acertar no ferro, após bom cruzamento de João Cancelo.
A Irlanda tentava sair a jogar a partir de trás, mas foi num lance de bola parada que acabou por chegar à vantagem, já perto do intervalo: canto batido por Jamie McGrath e John Egan (45') a aparecer ao primeiro poste a cabecear para o fundo das redes, aproveitando uma falha de marcação de Cancelo. Portugal ainda podia ter feito o empate antes do descanso, mas Diogo Jota desperdiçou ambas as oportunidades.
Fernando Santos lançou André Silva para o segundo tempo (saiu Rafa), passando a equipa a jogar em 4x4x2. Nuno Mendes e João Mário, que não jogava pela Seleção desde outubro de 2019, trouxeram mais poder ofensivo, mas o golo tardava em surgir. Aos 72' Bernardo Silva apareceu solto ao segundo poste, mas atirou por cima com a baliza à mercê.
Mas o melhor ainda estava para vir. Em sete minutos (89' e 90+6'), Ronaldo resolveu o jogo a favor de Portugal, com gois golos de cabeça a passe de dois suplentes utilizados, Gonçalo Guedes e João Mário. O agora avançado do Manchester United tem agora 111 golos pela Seleção, mais dois do que o iraniano Ali Daei, isolando-se como o melhor marcador de sempre. "Mais um [recorde] para o museu", nas palavras do próprio.
O momento
Ronaldo faz o 2-1: Poucos minutos depois de fazer o empate, o capitão não se deu por satisfeito e, com mais um cabeceamento nas alturas, após cruzamento de João Mário, fez a reviravolta para Portugal no último minuto.
O melhor
Ronaldo: O avançado começou por falhar um penálti, esteve envolvido no golo irlandês, mas acabou de forma genial, virando o jogo quando a derrota parecia inevitável para Portugal. Outro senão: falha o duelo com o Azerbaijão no dia 7, depois de ter tirado a camisola para festejar.
O pior
Portugal: Venceu mas não convenceu. Exibição desinspirada da equipa das quinas, que acabou por ser disfarçada pelo resultado (e pelo feito histórico) do seu capitão.
Reações
Fernando Santos recorda Eusébio para elogiar Ronaldo: "Os grandes jogadores são assim..."
Ronaldo: "É mais um recorde para o museu"
Bernardo Silva: "Falhei um golo que não posso falhar"
João Mário: "No final acaba por decidir o mesmo homem de sempre"
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