A seleção portuguesa de futebol, privada do influente defesa central Pepe, mas com Cristiano Ronaldo de regresso, está obrigada a vencer na sexta-feira a congénere da Rússia para se manter na rota do Mundial de 2014.
Depois de se ter imposto em apenas três dos seis jogos que disputou no Grupo F europeu de qualificação, no qual concedeu dois empates e uma derrota, em Moscovo (0-1), a equipa lusa está proibida de perder pontos, sob pena de se colocar em situação ainda mais delicada na corrida ao Brasil.
Portugal até pode sair do jogo no comando do agrupamento, mas deverá, acima de tudo, concentrar-se na luta pela segunda posição com a improvável seleção de Israel - com a qual está em igualdade, ambos a um ponto da Rússia -, pois o adversário de sexta-feira, no Estádio da Luz, em Lisboa, tem menos dois encontros disputados e seguramente não tardaria a recuperar a liderança.
A ausência de Pepe será a principal "dor de cabeça" do selecionador Paulo Bento, uma vez que o central do Real Madrid sem tem revelado um dos mais influentes jogadores da equipa e o patrão da defesa, ocupando uma posição - central - para a qual não existem muitas alternativas “credíveis”, ao contrário do que sucede com outros setores, como o meio campo e o ataque.
Ricardo Costa tem a vantagem de ser o mais experiente dos centrais convocados por Paulo Bento, com 13 internacionalizações “AA”, mas Luís Neto, apesar de ter apenas uma, promovida pelo atual selecionador, pode tirar partido do facto de fazer dupla no eixo da defesa do Zenit com Bruno Alves, que deverá comandar o setor mais recuado de Portugal.
Se a defesa pode ser um problema difícil de resolver em função da ausência de Pepe, o ataque também será motivo de preocupação para Paulo Bento, não apenas porque Portugal falhou muitas oportunidades nos jogos anteriores, mas porque a defesa da seleção russa, que falhou a qualificação para os dois últimos Mundiais, se tem revelado absolutamente intransponível.
Sem qualquer golo sofrido nas quatro partidas que disputou, o setor mais recuado da Rússia enche de orgulho o seu selecionador, o italiano Fabio Capello, mas Portugal poderá voltar a contar com Cristiano Ronaldo, o mais temido dos jogadores lusos, que falhou pela primeira vez um jogo oficial sob o comando de Paulo Bento no Azerbaijão, onde a equipa das “quinas" venceu com dificuldade, por 2-0.
Capello também tem os seus problemas e pode lamentar a lesão de Aleksander Kokorin, que alinhou nos quatro encontros disputados pela Rússia e marcou um golo na impressionante vitória por 4-0 em Israel, depois de o avançado do Dínamo de Moscovo se ter lesionado já durante o estágio de preparação.
O jogo com a Rússia representa também uma oportunidade para a seleção portuguesa se mostrar, enfim, convincente na fase de apuramento para o Mundial, pois não o conseguiu ser nos triunfos no Luxemburgo (2-1), onde esteve a perder, e em casa com os azeris (3-0) e muito menos na derrota sofrida em Moscovo e nos empates na receção à Irlanda do Norte (1-1) e em Israel (3-3), em que também esteve em desvantagem no marcador.
O golo de Fábio Coentrão aos 90+3 minutos, que permitiu fixar a igualdade (3-3) em Telavive, pode ter sido precioso, não apenas por ter evitado que Israel se distanciasse, mas também porque os todos pontos conquistados (excluindo os confrontos com a seleção que terminar na última posição) serão importantes para evitar ser o pior segundo classificados dos nove grupos europeus, que não terá entrada no "play-off" de acesso à fase final.
Um triunfo sobre a Rússia na sexta-feira permitirá enfrentar com maior otimismo a reta final de caminhada na "poule" F, durante a qual ainda terá mais dois jogos complicados, na Irlanda do Norte, em setembro, e em casa com Israel, no mês seguinte, antes de fechar a campanha com a receção ao Luxemburgo.
Apesar de algumas contrariedades, Portugal tem história claramente a seu favor, pois se nunca conseguiu ganhar em Moscovo - ou sequer marcar qualquer golo -, saiu sempre vencedor nas partidas em que recebeu a congénere russa, a última das quais por retumbante 7-1, em 2004, no Estádio José Alvalade, num jogo em que Cristiano Ronaldo marcou dois golos.
Os outros dois confrontos realizaram-se no palco do jogo de sexta-feira e saldaram-se por triunfos menos sonantes, mas não menos importantes: em 1983, o magro triunfo por 1-0 à antiga União Soviética, com um golo de Jordão, colocou Portugal pela primeira vez na fase final de um Campeonato da Europa e, 21 anos mais tarde, os golos de Maniche e Rui Costa permitiram à equipa lusa impor-se por 2-0 na fase final do Euro2004, no qual chegaria até à final, perdendo com a Grécia por 1-0.
A seleção portuguesa de futebol defronta na sexta-feira a congénere da Rússia, em jogo do Grupo F europeu de qualificação para a fase final do Mundial2014, no Estádio da Luz, em Lisboa, com início às 20:45 horas e arbitragem do esloveno Damir Skomina.
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