O dia 24 de dezembro é celebrado um pouco por todo o Mundo como a véspera de Natal. No entanto, é também o dia de alguns notáveis aniversariantes, como é o caso do chileno Marcelo Salas, que hoje completa 39 anos. E falar do futebol chileno sem citar o seu maior goleador é impossível.
A solo ou ao lado do eterno “cúmplice” Ivan Zamorano, “El Matador” – como ficou conhecido – brilhou a grande nível no final dos anos 90 e início do século XXI. Autor de 37 golos em 71 jogos com a camisola da seleção chilena, Marcelo Salas recuperou o orgulho e esperança do povo do seu país no seu futebol.
Depois de se ter estreado pela “La Roja” em 1994, ainda com 19 anos, o avançado formado na Universidad do Chile rapidamente se tornou imprescindível. Em 1998, ajudou a recolocar o Chile nos palcos de um Campeonato do Mundo, encerrando uma ausência que já perdurava desde 1982. Demasiado tempo para o organizador e 3º classificado do Mundial de 1962, no tempo certo para a afirmação internacional de um jovem goleador.
Como aperitivo para o que iria servir na prova em França, “apresentou-se” em maio com dois golos num jogo amigável com a Inglaterra, realizado em Wembley. “El Matador” deu a vitória ao Chile, por 2-0, e ofuscou a estreia de um certo Michael Owen.
Um mês depois, chegou a hora da verdade e Salas não falhou a chamada. Se o resto da equipa acompanhasse Salas e Zamorano, o Chile poderia ter sido uma das grandes surpresas. Porém, nem uma grande dupla no ataque consegue resolver todos os problemas e assim a seleção chilena apenas conseguiu chegar aos oitavos de final.
Os chilenos passaram a fase de grupo com três empates em outros tantos jogos, frente à Itália, Áustria e Camarões. Três desafios, três empates e três golos de Salas. Se a campanha já não se adivinhava fácil, o adversário seguinte era nada mais nada menos que o tetracampeão Brasil. O favoritismo jogou naturalmente a favor da ‘canarinha’, que se impôs por 4-1 e enviou o Chile para casa. Na despedida, Salas deixou mais um golo, o seu quarto na prova e que lhe valeu a Bota de Bronze do Campeonato do Mundo.
A prestação em solo gaulês marcou também o início da aventura europeia para o internacional chileno. Os passos para o estrelato dados na Universidade do Chile e no River Plate trouxeram-no até à Lázio. Nos dias de glória do clube romano, ao lado dos mediáticos Verón, Crespo, Nedved, Nesta e Vieri, conquistou a Série A, a Taça de Itália, uma Taça das taças e a Supertaça Europeia. Tudo em apenas três anos de grande nível numa das equipas mais caras do Mundo desse tempo.
Seguiu-se a Juventus, mas Salas foi obrigado a passar mais tempo no departamento médico do que nos relvados. As lesões passaram a ser uma triste companhia no resto da carreira, apressando o seu regresso à América do Sul, onde jogaria novamente nos seus “velhos amores”: River Plate e Universidad do Chile.
O adeus ao futebol chegou precocemente em 2008, com 33 anos, num percurso onde as lesões venceram “El Matador”.
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