Um consórcio de investidores portugueses das áreas desportiva e financeira fizeram uma proposta para comprar a maioria do capital do clube de futebol inglês Charlton Athletic, confirmou hoje à agência Lusa um representante do Corporate Football Organisation Portugal (CFO), Fernando Corte-Real.
O processo “está numa fase avançada”, adiantou o responsável, sem confiar quais as condições que foram oferecidas.
“Temos de esperar pela decisão do Charlton em comunicar decisão sobre condições que colocámos em cima da mesa. Aguardamos para podermos debatê-las. Estamos pacientemente a aguardar”, disse à Lusa.
O atual acionista maioritário, com 65%, é a East Street Investments (ESI), ligada ao empresário sediado em Abu-Dhabi Tahnoon Nimer e que comprou a participação por uma libra em janeiro ao anterior proprietário Roland Duchatelet.
O grupo anunciou a intenção de vender a participação, após um desentendimento com o antigo presidente Matt Southall, que possui os restantes 35%.
A rádio TalkSport revelou em abril a existência de uma investigação em curso Liga de Futebol Inglês, que gere os campeonatos abaixo da Primeira Liga, incluindo a segunda divisão, onde atualmente compete o Charlton.
Fernando Corte-Real, que disse ter experiência na área financeira, disse que o CFO Portugal "gere fundos e ativos de alguns investidores que veem nesta alteração do mercado algum interesse em diversificar e veem neste momento o futebol com outros olhos”.
A atual crise provocada pela pandemia covid-19, adiantou, oferece desafios, mas também oportunidades.
“Acreditamos que o impacto é mais ao nível dos clubes de primeira linha, clubes que têm cargas estruturais bastantes elevadas. Obviamente que [o Charlton] tem alguns riscos, mas achamos que são mais fáceis de gerir num clube que está neste momento nesta dimensão agora para progredir e evoluir para, num espaço de 3-5 anos, uma Premier League”, acrescentou.
De acordo com a imprensa britânica, existem vários interessados na aquisição do Charlton, incluindo Huw Jenkinsa, ex-presidente do Swansea, enquanto que o antigo proprietário do Watford, Laurence Bassini, terá desistido.
O Charlton está em risco de ser desprovido para a terceira divisão, numa altura em que faltam nove jogos para acabar a época, interrompida pela pandemia, mas que vai ser retomada a 20 de junho.
Uma descida, admitiu o responsável do CFO, teria impacto em termos financeiros e desportivos, mas tem a esperança que seja possível a manutenção para depois começar o caminho no sentido de subir ao primeiro escalão.
"Mas a situação pode acontecer, e se acontecer, a abordagem da gestão terá de ser um bocadinho mais estruturada. Não imaginamos que isso possa ser um decisivo [para o negócio]”, disse.
Pelo Charlton passaram jogadores portugueses como o defesa Jorge Costa, Semedo e Ricardo Vaz Tê.
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