Diogo Jota nasceu em Massarelos, freguesia do distrito do Porto, a 4 de dezembro de 1996. Esta sexta-feira, o agora jogador do Liverpool completa 24 anos, numa altura em que vive, provavelmente, a melhor fase da sua carreira. O SAPO Desporto aproveita para recordar o percurso até à data do extremo, que deu os primeiros pontapés da bola no Gondomar e hoje joga num dos maiores clubes do mundo.
De Gondomar a Paços de Ferreira, para a estreia como profissional
Diogo José Teixeira da Silva. É este o seu nome. Mas no mundo do futebol todos o conhecem como Diogo Jota. Ao contrário da maior parte dos jogadores portugueses que se têm afirmado nos últimos anos no estrangeiro e na seleção nacional, não passou pelos escalões de formação de nenhum dos grandes. Começou no Gondomar, com nove anos de idade, e por lá ficou até chegar a júnior, altura em que, depois dar nas vistas pelos sub-19 dos gondomarenses, rumou ao Paços de Ferreira, em 2013.
Na Capital do Móvel continuou a dar cartas ainda nos júniores, mostrando credenciais suficientes para ser promovido, no início da época seguinte, 2014/15, à equipa principal. A estreia como futebolista profissional deu-se em outubro, na 3.ª eliminatória da edição dessa temporada da Taça de Portugal, num triunfo por 4-0 sobre o Atlético de Reguengos. E Diogo Jota mostrou de imediato ao que vinha: titular, alinhou os 90 minutos e marcou um golo. Voltou a jogar, depois, na 4.ª eliminatória, e a marcar mais um golo.
O primeiro jogo na I Liga portuguesa foi surgiu um mês depois, no final de novembro, quando saltou do banco num empate com o V.Guimarães. Os primeiros golos no escalão principal surgiriam depois, a fechar a temporada, com um bis na penúltima jornada, frente à Académica.
14 golos em 2015/16 convenceram o Atlético Madrid, mas o destino foi o FC Porto
Terminada a temporada de estreia, a que se seguiu foi a de afirmação definitiva de Diogo Jota, então com 19 anos, como uma das figuras do Paços. Terminou a temporada com 14 golos e 10 assistências em 35 jogos no conjunto de todas as competições, alguns deles de belo efeito (na retina de todos ficou um marcado na receção ao Benfica), e ajudou os 'castores' a realizarem uma época tranquila, que terminou com o 7.º lugar na I Liga.
Números e exibições mais do que suficientes para convencerem o gigante Atlético de Madrid a avançar para a sua contratação. Os 'colchoneros' levaram a melhor sobre o Benfica e pagaram 7 milhões de euros pela sua contratação. Mas Jota acabaria por nunca jogar pela equipa principal dos madrilenos.
Acabou emprestado ao FC Porto - na atura treinado por Nuno Espírito Santo - em 2016/17 e marcou nove golos em 38 partidas pelos 'dragões'. Na época seguinte, novo empréstimo.
A chegada a Inglaterra e a afirmação no Wolverhampton
Dessa feita, o empréstimo foi a um clube inglês que militava, então, no segundo escalão: o Wolverhampton, para continuar a trabalhar às ordens de Nuno Espírito Santo, que também havia rumado aos Wolves. Os números falam por si: 18 golos em 46 jogos (o seu máximo de golos numa só temporada até à data) e um contributo decisivo para a subida do clube à Premier League. Contratação a título definitivo mais do que justificada, a troco de 14 milhões de euros.
A época de estreia no escalão principal do futebol inglês também seria de sonho: 9 golos em 33 jogos em 2017/18, numa temporada de sonho dos Wolves, que terminou com a conquista de um lugar europeu.
Se esta época foi boa, a seguinte foi ainda melhor: em 2019/20 Diogo Jota marcou 16 golos, nove dos quais na Liga Europa, prova na qual assinou os seus dois primeiros 'hat-tricks' da carreira profissional.
Impacto imediato em Liverpool
Percebia-se que voos maiores se adivinhavam. E foi o que aconteceu. Pouco depois do início da presente temporada, e com o mercado de transferências ainda aberto, o Liverpool acabou por pagar quase 45 milhões de euros para juntar Diogo Jota aos seus quadros.
Num clube daquela dimensão, e com um tridente ofensivo (formado por Mané, Salah e Firmino) de créditos firmados, pensou-se que o extremo português fosse levar algum tempo até se afirmar. Puro engano! Marcou o seu primeiro golo pelos 'Reds' logo ao segundo jogo e já leva 9 remates certeiros em 15 jogos, incluindo um 'hat-trick' na Liga dos Campeões, frente à Atalanta. Foi titular nove vezes, cinco delas nas 10 jornadas já disputadas da Premier League 20/21.
"Quando chegas a um novo clube, ter uma mente aberta é a chave para te adaptares o mais rápido possível. Como a temporada já estava em andamento, cabia-me encontrar uma forma de entrar na equipa e não o contrário, provando ao treinador que podia ser importante em campo. Foi o que fiz com a ajuda do Jurgen, que é fantástico", explicou recentemente, durante a WebSummit.
A afirmação na Seleção Nacional
A presente época está, também a ser a de afirmação definitiva de Diogo Jota na seleção principal de Portugal. Depois de ter dado cartas nos sub-19 e nos sub-21, com vários golos, a estreia pela Seleção A deu-se há pouco mais de um ano, em novembro de 2019, frente à Lituânia.
Mas foi já em 2020 - com o regresso do futebol de seleções após a paragem ditada pela COVID-19 - que disputou 8 das 10a partidas que leva pela 'Equipa das Quinas'. O primeiro golo por Portugal surgiu na receção à Croácia (vitória por 4-1), num jogo em que alinhou no lugar habitualmente ocupado por Cristiano Ronaldo, ausente por lesão. E o jogo da afirmação definitiva chegou, curiosamente, quando voltou a 'fazer de Ronaldo' (então ausente devido a uma infeção com o novo coronavírus) e bisou (com dois grandes golos) na vitória caseira por 3-0 sobre a Suécia.
Pai em breve e o vício do Football Manager
E na vida privada, como é Diogo Jota? Namora com uma antiga colega de escola de Gondomar há oito anos e o casal vai em breve, ter o seu primeiro filho, um rapaz, com nascimento previsto para fevereiro de 2021.
Além disso, o internacional português confessou recentemente em entrevista ao 'Daily Mail' ter um vício que considera positivo: o jogo de computador Football Manager, onde revelou já ter conseguido levar o modesto Telford United à conquista da Liga Europa e à Liga dos Campeões.
"Estou viciado mas de uma forma positiva. Adoro jogar FM e passo grande parte do meu tempo livre a jogar futebol…no computador", confidenciou. Se continuar a rubricar exibições como as que tem rubricado pelo Liverpool, e com 24 anos acabados de fazer, certamente uma ou outra Liga dos Campeões (e essas reais) acabarão por vir a constar do seu currículo, mais tarde ou mais cedo...
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