O treinador do Manchester City, o espanhol Pep Guardiola, pediu hoje às autoridades espanholas e “ao resto de Espanha” para reconhecerem o resultado das eleições na Catalunha, que “demonstrou a sua identidade”.

“O mais importante é que muita gente votou, mais de 81%, penso. Agora, o resto de Espanha tem de entender que ontem [quinta-feira], a Catalunha se expressou claramente numa eleição legal e, com este voto, os catalães expressaram a sua identidade”, apontou o técnico, natural da Catalunha.

Segundo Guardiola, os políticos detidos “devem recuperar a sua liberdade o mais depressa possível” e pediu abertura para diálogo, para “esquecerem os juízes e fazerem o melhor para a Catalunha e Espanha, que é o que toda a gente quer”.

O treinador recusou ainda comentar a notícia do El Nacional, que aponta uma acusação da Guarda Civil Espanhola ao treinador, de ofensa de rebelião, por ter participado numa manifestação a favor da independência em junho.

Os partidos que defendem a independência da Catalunha obtiveram uma maioria absoluta no parlamento catalão, com 70 dos 135 lugares do parlamento local, e prometem manter o desafio secessionista a Madrid. O número que sobe para 78 lugares se forem contabilizados os defensores de um novo referendo legal (partidos independentistas mais CatComú-Podem).

No entanto, o partido vencedor das eleições foi o Cidadãos, mas a cabeça de lista, Inés Arrimadas, admitiu que não poderá ser chefe do governo regional, considerando a "lei injusta" que "dá mais lugares a quem tem menos votos" na rua.

As eleições foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol, no final de outubro, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont por ter declarado unilateralmente a independência da região.