O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, lamentou hoje a descida do Marítimo à II Liga de futebol e disse que os clubes regionais devem fazer uma reflexão sobre novas formas de financiamento do futebol profissional.
“Temos de fazer uma reflexão relativamente ao futebol profissional porque o Governo Regional não tem condições, nem é politicamente aceitável, meter mais dinheiro no futebol profissional do que aquilo que está estabelecido na lei”, disse.
O governante madeirense falava à margem da cerimónia de atribuição da Insígnia Autonómica de Bons Serviços, constituída por cordão, à Força Aérea Portuguesa, no Funchal, uma distinção do executivo PSD/CDS-PP pelos “serviços meritórios” prestados à região autónoma.
“Eu lamento imenso [a despromoção do Marítimo] porque foi uma situação que ninguém estava à espera, mas, infelizmente, em competição é assim”, disse, para logo acrescentar: “Acho que, neste momento, temos de refletir e pensar para as nossas equipas regressarem ao mais rapidamente à I divisão.”
O Marítimo, que acabou a I Liga no 16.º lugar e estava entre os ‘grandes’ ininterruptamente desde 1985/86, somando 38 presenças consecutivas, disputou no domingo, no Funchal, a segunda mão do ‘play-off’ de acesso à divisão principal com o Estrela da Amadora, o terceiro classificado da II Liga, e foi derrotado após prolongamento por 3-2 nos penáltis.
Hoje, o presidente do Governo Regional indicou que o executivo não pretende alterar a lei-quadro do desporto, que garante um apoio anual de 1,7 milhões de euros às equipas da I Liga – neste caso apenas o Marítimo – e de 850 mil euros às da II Liga, na qual se encontra o Nacional.
Com a descida de divisão, o Marítimo passará a receber metade da verba.
“Temos uma lei-quadro de financiamento do desporto que acho que é uma boa lei, abarca cerca de 150 clubes da região nas diversas modalidades [financiados num total de 12,7 milhões de euros] e o que entendemos é que devemos fazer uma reflexão relativamente às formas novas de financiamento do futebol profissional, mas isso cabe aos clubes, à direção dos clubes, e não ao Governo”, declarou.
Miguel Albuquerque reforçou dizendo que “não vale a pena enterrar a cabeça na areia”.
“É preciso refletir, o futebol mudou muito, a forma de financiamento do futebol profissional também mudou e é essencial os clubes da Madeira pensarem nisso”, sublinhou.
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