No dérbi de Lisboa quem ficou mais a ganhar foram SC Braga e FC Porto, que encurtaram distâncias para o líder Benfica e distanciaram-se ainda mais do Sporting.
O duelo entre os arquirrivais de Lisboa teve quatro golos mas nenhuma equipa levou os três pontos para casa. Os Encarnados tem agora quatro pontos na liderança da I Liga, ao cabo de 16 rondas.
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O jogo: mais coração que cabeça
A derrota do Sporting diante do Marítimo na ronda anterior e a vitória do Benfica, embora que magra, diante do Portimonense, colocava o favoritismo no lado das Águias, senhoras desta Liga, 100 por cento vitoriosa em casa, perante um Sporting que perde mais do que ganha fora de portas (quatro derrotas, três vitórias).
Mas, dérbi que é dérbi, não segue lógica nenhuma. Segue o seu próprio caminho, da emoção, do momento. E, no que a momentos diz respeito, o Sporting não soube capitalizar os dois em que esteve em vantagem. Marcou no melhor período do Benfica nas nem por isso travou o maior volume atacante do adversário. E depois marcou cedo, logo no arranque do segundo tempo.
No que toca ao futebol jogado, as duas equipas estiveram longe do que podem fazer. O Sporting esteve muito melhor em relação à ronda anterior mas terminou de rastos, sem capacidade física nos minutos finais para decidir melhor (Amorim tirou os três da frente), perante um Benfica que jogou a meio da semana.
Os Leões conseguiram bater várias vezes as zonas de pressão do Benfica e sair bem para o ataque mas faltou sempre decidir melhor nos últimos toques. O Benfica também não conseguiu condicionar o Sporting, como queria. A pressão alta não surtiu efeito e a equipa passou por calafrios na defesa.
Foi um jogo típico de uma rivalidade entre dois clubes: duelos intensos, muitas faltas, quezilas, pedidos de falta e de cartões.
Apesar de os guarda-redes terem tido pouco trabalho, Adán esteve mais interventivo que Odysseas.
Os números mostram que o Benfica esteve melhor (14-8 em remates, 8-3 em remates à baliza, 56-44 em percentagem de posse de bola, 27-7 em ações defensivas no meio-campo contrário) mas longe do rolo compressor que já se viu esta época na I Liga.
O Benfica deixa de ser 100 por cento vitoriosa em casa e cede os primeiros pontos na I Liga no seu estádio. Tem agora 41 pontos, mais quatro que o Braga e mais cinco que o FC Porto.
O Sporting está a 12 dos Encarnados, a oito do Braga e a sete do FC Porto. Os Leões podem terminar a ronda no 5.º posto, se o Casa Pia vencer o Estoril esta segunda-feira.
Momento-chave: Se Chermiti acerta...
Difícil escolher qual o momento-chave do jogo. Podia ser o golo madrugador do Sporting no segundo tempo mas optámos pelo falhanço do jovem Chermiti a terminar: aos 92, foi lançado por Gonçalo Inácio, entrou na área, mas disparou muito por cima. Se marcasse e desse a vitória à sua equipa, na sua estreia na I Liga, seria elevado a herói entre os adeptos leoninos. O Sporting terminou com Chermiti, Arthur e Jovane na frente de ataque...
Os Melhores: Pistoleiro Gonçalo Ramos faz mais uma vítima
Num jogo onde houve poucos destaques individuais, é preciso falar de Gonçalo Ramos: apareceu na hora certa e no momento exato para dar sequência a dois dos ataques da sua equipa, com duas finalizações na pequena área, qual matador. Gonçalo Ramos isolou-se na lista dos melhores marcadores da prova com 11 golos.
Em noite 'não': o dérbi não era para defesas
Num dérbi emotivo, nem sempre bem jogado, os quatro golos espelham a emoção que se viveu entro e fora das quatro linhas. Mas são golos mais consentidos que produzidos. O Sporting deixou que Gonçalo Ramos marcasse por duas vezes em duas finalizações fáceis na pequena área.
O Benfica também sofreu num lance na pequena área (infelicidade de Bah) e viu António Silva oferecer um penálti a Paulinho.
Reações: Amorim estava preparado, Schmidt aceita o empate
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