O FC Porto foi à Madeira vencer o Marítimo por 0-2 esta quarta-feira, numa a partida relativa à 18ª jornada da primeira liga. Depois de uma primeira parte muito apagada, os dragões entraram fortes na segunda parte, tendo marcado dois golos no espaço de cinco minutos para conseguir assim arrecadar os três pontos.

Com esta vitória os azuis-e-brancos reduzem a diferença para o líder Benfica, ao mesmo tempo que ultrapassam o Sporting de Braga, chegando assim ao segundo lugar da classificação. Já o Marítimo mantém-se em posição delicada na tabela, ocupando o penúltimo lugar, a cinco pontos da salvação.

Jogo começou morno, foi aquecendo, e chegou ao vermelho

Ambos os técnicos fizeram alterações nos onzes iniciais em comparação com os últimos jogos. José Gomes fez entrar Ryascos e Beltrame para os lugares de Percy Liza e João Afonso. Já Sérgio Conceição voltou a colocar Diogo Costa na baliza, promovendo também a estreia do jovem Bernardo Folha no lugar de Stephen Eustáquio.

À semelhança do que acontecera na final da Taça da Liga diante do Sporting, o FC Porto entrou com pouca intensidade na partida, deixando que um enérgico e agressivo Marítimo neutralizasse facilmente as tentativas de construção ofensiva dos dragões.

Depois de mais de vinte minutos de um jogo sem história e sem balizas, foi ao Marítimo que pertenceram as únicas oportunidades de golo durante a primeira parte. Aos 27 foi Bruno Xadas a rematar de primeira dentro da área com a bola a sair ligeiramente ao lado; poucos minutos depois foi Diogo Costa a negar o golo aos insulares por duas ocasiões, ambas através de remates de fora da área, protagonizados por Val Soares e novamente por Xadas...e de futebol jogado estamos conversados.

Isto porque até ao intervalo muito pouco há a falar no que diz respeito ao chamado 'jogo jogado'. Os últimos dez minutos viram Fábio Veríssimo assumir o protagonismo do jogo, ao exibir três cartões vermelhos, isto já depois de ter expulso o adjunto do FC Porto, Vítor Bruno, devido a protestos.

Aos 38 minutos, o árbitro resolveu mostrar o segundo amarelo e consequente vermelho a Bernardo Folha, após falta sobre Ryascos. A expulsão levou à reação imediata de Sérgio Conceição, que acabaria também expulso da partida.

Todavia o Marítimo pouco ou nada aproveitou da vantagem numérica, uma vez que, apenas quatro minutos depois, Pablo Moreno viu também a segunda cartolina amarela e foi mais cedo para os balneários.

Cinco minutos e está pronto

Com ambas as equipas a jogar com dez, os dois treinadores resolveram mexer. Liza, André Vidigal e Nito entraram no Marítimo para os lugares de Léo Pereira, Val Soares e Ryascos, enquanto que no FC Porto saía o desamparado Taremi para o regresso de Evanilson à competição.

Aquilo que se viu no segundo tempo foi antagonicamente diferente ao que se assistira nos primeiros 45 minutos. Por um lado um Marítimo que parecia ter esgotado a bateria na primeira parte, e por outro um FC Porto com a pilha toda, mostrando agora outra acutilância e intensidade no jogo.

A diferença foi de tal forma gritante que os dragões apenas precisaram de cinco minutos para resolver o jogo. Aos 50 Wendell recebeu a bola em posição frontal após uma boa jogada ao primeiro toque do ataque portista; perante a cerimónia e hesitação da defesa maritimista, o lateral esquerdo não se fez rogado e atirou colocado para o fundo das redes insulares.

Cinco minutos depois os portistas aumentaram a vantagem; Pepê foi lançado pela direita, entrou na área onde encontrou Galeno totalmente sozinho que atirou forte e sem hipótese de defesa para Makaridze. Estava feito o resultado.

Até final os dragões entraram em modo 'treino' controlado a partida a seu belo prazer perante um Marítimo que se ressentiu das saídas de Val Soares e Léo Pereira, mostrando agora menos capacidade de pressionar e chegar junto da defesa portista com critério. Bruno Xadas ainda foi tentando remar contra a maré mas era pouco para aquilo que a equipa precisava.

Com esta vitória os dragões saltam para o segundo lugar da classificação, aproveitando a derrota do SC Braga diante do Sporting, estando agora a oito pontos do líder Benfica e ainda com um jogo por disputar.

Já o Marítimo viu travada a sua recuperação na classificação. Os insulares são penúltimos com menos um ponto que o Santa Clara e menos cinco que o Gil Vicente, a primeira equipa acima da linha de água.

O melhor: Vitamina Pepê

Foi sem dúvida o jogador mais regular dos dragões. Na primeira parte o extremo brasileiro foi dos poucos que tentou remar contra a maré da desinspiração ofensiva portista, procurando pressionar os defesas do Marítimo em busca de recuperações de bola em zona ofensiva. Na segunda parte o ex-Grémio foi o principal propulsionador do ataque portista, tendo sido dos seus pés que nasceram os dois golos que deram a vitória aos azuis-e-brancos.

O pior: No melhor Folha cai a nódoa

Bernardo Folha fez a estreia enquanto titular nos dragões, substituindo o habitual titular Stephen Eustáquio. Contudo, o jovem médio não teve a melhor das iniciações na primeira liga. Em pouco mais de meia hora o jogador viu dois cartões amarelos, o primeiro totalmente desnecessário, tendo em conta que foi feito ainda no meio-campo ofensivo, e o segundo um pouco forçado após derrubar Ryascos.

O que disseram os treinadores

José Gomes, treinador do Marítimo: "O responsável da derrota sou eu, fui eu que elaborei o plano de jogo e escolhi a equipa. Estou um pouco exaltado pelo que os meus jogadores fizeram e pelo comportamento com que entraram na segunda parte. Nada justificava e eu não dei instruções para que isso acontecesse. Faltou termos a mesma intensidade nos movimentos de pressão e conseguir controlar a fase de construção do FC Porto a meio-campo. Contra equipas grandes, com jogadores desta qualidade, com meia oportunidade fazem golo"

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto: "O Bernardo Folha fez duas faltas e teve dois amarelos e a única coisa que fiz foi bater palmas em sinal de protesto. Quando o Fábio Veríssimo veio mostrar-me o cartão amarelo disse-lhe que estava a ter um jogo fraco. É a minha opinião, ele também pode achar que eu, enquanto treinador, estive fraco na primeira parte pelas dificuldades neste jogo. Não estou a armar-me em vítima, vê-se na televisão, não estou a dizer algo que não seja verdade. Mas tenho-o como pessoa séria e sei que ele não vai adulterar aquilo que é o relatório"

Veja o resumo do jogo