O Benfica venceu esta terça-feira o Arouca por 0-3, em partida relativa à 18ª jornada da primeira liga. Dois golos de João Mário e um de Petar Musa foram suficientes para garantir uma vitória tranquila e que nunca esteve em causa.
Com este triunfo os encarnados reforçam (ainda que provisoriamente) a sua vantagem relativamente aos mais diretos adversários que apenas entram em campo esta quarta-feira. Já o Arouca perde a oportunidade de se recolocar no sexto lugar da classificação, correndo mesmo o risco de ainda ser ultrapassado no final desta ronda.
Missão: destruir o muro amarelo
Sem Gonçalo Ramos na frente de ataque, os encarnados entraram em campo de maneira diferente da habitual, com Gonçalo Guedes a funcionar como homem mais adiantado. Contudo, cedo se percebeu que a ausência de um ponta-de-lança levou Roger Schmidt a preparar um ataque mais móvel, onde os jogadores não ocupavam posições fixas.
No meio-campo o habitual titular Florentino tinha Chiquinho como companhia, no lugar de Enzo Fernández que, àquela hora, estava prestes a assinar contrato com o seu novo clube e abandonar os encarnados.
Já Armando Evangelista vinha preparado para o forte ímpeto dos encarnados nos minutos iniciais. Para além de uma linha defensiva de cinco, o técnico deu instruções aos extremos Antony e Sylla para fechar os corredores, transformando a defesa arouquense num muro de sete jogadores.
Depois de minutos iniciais totalmente dominados pelo Benfica, o Arouca foi, pouco-a-pouco, tentando estender-se no relvado, procurando pressionar em zonas mais adiantadas do terreno. Todavia fazia-o de forma pouco compacta onde apenas médios e avançados subiam, deixando espaço relativamente à linha defensiva.
O Benfica tentava, por meio de combinações e triangulações, furar o muro amarelo com que se deparava; os encarnados acabaram mesmo por ser felizes ainda antes da meia-hora de jogo. Aos 25 minutos Grimaldo conseguiu passar por dois adversários e servir Neres que viu Aursnes a entrar pela esquerda; sozinho na área e apenas perante De Arruabarrena, o norueguês serviu João Mário que apenas teve de empurrar para o 0-1.
Apesar de estar em desvantagem, o Arouca raramente incomodou a defesa encarnada, conseguindo chegar junto da baliza de Vlachodimos única e exclusivamente através de lances de bola parada. Ao intervalo o Benfica vencia tranquilamente.
Reação tímida e prontamente anulada
Na segunda parte a equipa da casa entrou disposta a alterar a pálida imagem deixada nos primeiros 45 minutos; os arouquenses pressionavam agora em bloco e mais perto da zona defensiva do Benfica que, mesmo assim, não se mostrou alterado com a situação, nunca perdendo o controlo da partida.
E, para mitigar de forma definitiva qualquer tipo de reação, os encarnados chegaram ao segundo golo nos instantes iniciais do segundo tempo; 54 minutos e uma excelente combinação entre Gonçalo Guedes e João Mário deixou o médio em posição privilegiada para faturar, algo que o camisola '20' das águias não enjeitou e fez o segundo do jogo.
Já com dois golos de desvantagem, Armando Evangelista resolveu mexer na equipa, fazendo entrar Arsénio e Bruno Marques. Este último mostrou-se muito mais eficaz na frente de ataque ao conseguir fazer ligar o jogo dos arouquenses, algo que Michel não conseguira ao longo do jogo.
Foi nessa altura que a equipa da casa criou as melhores oportunidades; aos 62 minutos Bruno Marques teve nos pés o golo, mas após investida de Quaresma, acabou por rematar contra o colega de equipa. Poucos minutos depois foi a vez de Alan Ruiz ganhar espaço no miolo e rematar forte, com a bola a passar perto do poste da baliza encarnada.
Contudo a reação arouquense ficou-se por aí, uma vez que as águias voltaram a assumir a partida para nunca mais a largar. Para além disso, a equipa da Luz até aproveitou para aumentar a contagem à entrada para os últimos dez minutos de jogo; excelente passe de Aursnes a lançar Neres, com Petar Musa a aproveitar a bola deixada pelo brasileiro, para rematar cruzado para o fundo das redes do Arouca.
Com três golos de vantagem, os últimos dez minutos não passaram de uma mera formalidade a cumprir para que a vitória do Benfica fosse assegurada. Com este resultado, as águias somam oito triunfos consecutivos fora de casa, não tendo sofrido qualquer golo nos mesmos.
Quanto ao Arouca, a derrota deixa a equipa mais longe dos lugares europeus, podendo ainda ser ultrapassada pelo Boavista na tabela classificativa.
O momento: 'Tiki-taka' encarnado
Depois de uma segunda parte de inoperância ofensiva, o Arouca entrou no segundo tempo a tentar reagir à desvantagem de modo mais afoito. Contudo essas intensões levaram um rude golpe à passagem do minuto 54 quando Florentino descobriu Gonçalo Guedes que, em progressão, combinou com João Mário, deixando este totalmente sozinho no coração da área para fazer o 0-2; jogada rápida e ao primeiro toque para aquele que foi o melhor golo da noite.
O melhor: João Mário mostrou o caminho
Num jogo em que o Benfica entrou sem a habitual referência no ataque, os encarnados mostraram capacidade de adaptação, jogando com maior mobilidade para baralhar as marcações do adversário e tentar penetrar uma densa linha defensiva do Arouca. Aí João Mário esteve em destaque, deambulando por toda a frente de ataque em busca de combinações com os colegas. Foi precisamente dessa maneira que os encarnados fizeram os dois primeiros golos, tendo aí o camisola '20' demonstrado boa leitura de jogo para estar no sítio certo para finalizar.
O pior: Michel ainda não está entrosado
Benjamin Michel foi a grande novidade no onze do Arouca. O avançado norte-americano fez a sua estreia enquanto titular nos arouquenses; todavia o jogador pouco conseguiu oferecer ao jogo, não conseguindo segurar o jogo lá à frente para que os colegas pudessem subir no terreno, acabando facilmente neutralizado pelos centrais do Benfica. Foi sem espanto que foi substituído na segunda parte, e, curiosamente ou não, foi a partir daí que o Arouca se mostrou mais ao jogo e criou algumas oportunidades.
O que disseram os treinadores
Armando Evangelista, treinador do Arouca: "O vencedor é merecido e incontestável. Saio satisfeito porque conceder o que concedemos é muito positivo. O Benfica teve um grau de finalização fantástico, com três golos em três remates. Não me recordo de uma defesa do nosso guarda-redes"
Roger Schmidt, treinador do Benfica: "Hoje não vou falar de jogadores que já não estão cá. Estou muito feliz com os jogadores que estão cá, gosto da atitude, da paciência, gostam de jogar pelo Benfica e isso é muito importante. Os nossos adeptos estiveram cá hoje, o Benfica é um clube fantástico"
Comentários