São quase 40 os milhões de euros que o FC Porto já encaixou, só por ter garantido a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões 2021/22. A vitória frente ao Rio Ave em Vila do Conde arrumou com a questão do segundo lugar, a uma jornada do fim da I Liga, deixando o Benfica no terceiro posto e a ter de disputar eliminatórias para entrar na Liga milionária na próxima época.
Já o Rio Ave, de calculadora na mão, terá de vencer o Nacional na derradeira jornada e depois fazer contas (que o Boavista perca, assim como o Marítimo, que ainda tem dois jogos por realizar) para saber se estará na I Liga na época 2021/22.
Quatro tiros, três golos: eficácia para encher os cofres
O FC Porto podia entrar no Estádio do Arcos já com o segundo lugar garantido, mas a vitória do Benfica no dérbi com o Sporting deixou para os Dragões a honra de arrumar com o assunto. Os quatro pontos de vantagem sobre os Encarnados davam alguma margem, mas a equipa de Sérgio Conceição queria resolver logo a contenda e voltar aos triunfos fora de casa, depois de dois empates seguidos (Moreirense e Benfica) que deixaram o conjunto azul e branco fora do título.
Era uma questão de tempo até o FC Porto derrubar a última barreira do Rio Ave, tendo em conta a situação da equipa de Miguel Cardoso. O Rio Ave viu-se caído no antepenúltimo lugar da tabela, a lutar pela permanência, em contas que já nem dependem de si, depois de somar o 11.º jogo sem vencer, o pior registo da época. Mais uma vez, a equipa voltou a ter muitas dificuldades na hora de colocar a bola no fundo das redes. Criou duas situações claras, ambas por Carlos Mané, mas ambas desperdiçadas.
O mesmo se pode dizer do FC Porto, que entrou em campo como o segundo melhor ataque da prova, depois dos quatro golos do Benfica ao Sporting. Marega, que já anunciou a sua ida para o Al Hilal, não entrou na ficha de jogo, algo que aconteceu pela primeira vez na I Liga esta época, pelo que o ataque voltou a ser entregue a Toni Martinez e Taremi.
A defesa a cinco do Rio Ave, com três centrais, dificultava a vida ao FC Porto, numa primeira parte em que os Dragões pouco fizeram para incomodar Pawel Kieszek.
No segundo tempo, valeu a eficácia dos azuis e brancos, com três golos em quatro remates enquadrados com a baliza. O tento cedo de Toni Martinez deixou a equipa mais tranquila, numa segunda parte onde os laterais Manafá e João Mário tiveram mais participação no jogo.
Luis Díaz corou a sua exibição com um golo e uma assistência para Sérgio Oliveira, que marcou um minuto depois de ter entrado.
O FC Porto chega assim aos 70 golos e volta a ser o melhor ataque da I Liga, igualando também a melhor diferença de golos (+41) do Sporting.
Com o segundo lugar garantido, a formação da Invicita marcará presença na fase de grupos da Liga dos Campeões pela 25.ª vez (os mesmos do Bayern Munique), num registo onde apenas é batido pelo Real Madrid e Barcelona, que têm 26.
Destaque para Marcano, lançado no segundo tempo por Sérgio Conceição. O espanhol não jogava há um ano e dois meses na equipa principal do FC Porto, depois de uma lesão grave sofrida precisamente frente ao Rio Ave, a a 7 de março de 2020. O central já tinha feito alguns jogos pela equipa B esta época.
Houve tempo ainda para poupar Romário Baró, Evanilson, Francisco Conceição e Fábio Vieira, jogadores que devem reforçar o FC Porto B este domingo, no jogo frente ao Feirense. A equipa secundária dos Dragões é última da Segunda Liga e luta pela permanência. Uma vitória colocará os jovens Dragões fora da zona de descida, ficando a faltar apenas um encontro frente ao Benfica B no Seixal.
Na próxima ronda o FC Porto cumpre calendário em casa frente ao tranquilo Belenenses SAD, o Rio Ave precisa que vencer o Nacional e esperar que o Boavista perca frente ao Gil Vicente.
Momento-chave: Toni Martinez derruba os 'arcos'
O FC Porto terminou a primeira parte sem qualquer remate à baliza e, ao primeiro tiro enquadrado, marcou. Sérgio Conceição tinha acabado de dar uma reprimenda em João Mário, pedindo ao lateral que estivesse melhor colocado na direita e que fosse mais atrevido no ataque. E assim foi: o extremo, adaptado a lateral, recebeu, foi para cima de um adversário antes de soltar para Toni Martinez rematar para o 1-0, aos 56 minutos.
O Melhor: Luis Díaz, o 'abre-latas'
Mo primeiro tempo tinha sido pelo lado direito que o FC Porto tinha criado mais perigo. Luis Díaz tentava, com Manafá, dar dinâmica nesse corredor, mas foi no segundo tempo que o extremo colombiano emergiu. Fez o 2-0 num lance típico dele, onde tirou dois contrários do caminho antes de rematar e ainda assistiu Sérgio Oliveira para o 3-0. Foi dos mais desequilibradores da equipa e até podia ter feito mais um golo mas perdeu-se em fintas.
Noite menos inspirada: Rio Ave de costas voltadas para a baliza
O Rio Ave voltou a ficar em branco na I Liga pelo quarto jogo consecutivo. Nos últimos sete jogos, apenas marcou um golo, no empate 1-1 com o Paços de Ferreira. A equipa até cria mas depois, à frente da baliza, não tem mostrado eficácia e isso tem pesado na tabela. Os vila-condenses tem o pior ataque da I Liga com apenas 23 golos marcados.
Reações: Miguel Cardoso promete luta até ao fim, Conceição voltou a não falar
Miguel Cardoso e o último jogo com o Nacional: "É como se fôssemos jogar um troféu"
Tarantini: "O 1-0 atirou-nos para um momento de descontrolo emocional"
Luis Díaz: "Alcançamos o segundo objetivo da época"
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