Estamos a 5 de março de 2020. Num mundo ainda (meio) 'normal', a alguns dias de Portugal 'confinar' pela primeira vez devido à pandemia da COVID-19, Rúben Amorim é apresentado como novo treinador do Sporting, a meio de uma das piores temporadas da história do clube. Entre muitas perguntas, alguém questiona o jovem técnico sobre o risco que está a assumir. Amorim responde: "As pessoas perguntam: 'E se corre mal?' E eu pergunto: 'E se corre bem?'"
Avançamos no tempo. Estamos agora a 11 de maio de 2021. Com a pandemia ainda a condicionar a paixão dos adeptos e com os estádios ainda interditos, o Sporting está a 90 minutos de conseguir o que, no início da temporada 2020/21 (quase) todos considerariam impensável: festejar a conquista do título de campeão nacional, o primeiro do clube desde 2001/02.
A festa começou muitas horas antes do início da partida com o Boavista, com milhares de adeptos reunidos em redor do Estádio José de Alvalade, mesmo não podendo assistir ao vivo ao encontro. O jogo arranca. O ruído dos adeptos, a acompanhar o jogo lá fora, é bem audível dentro do estádio: buzinadelas, foguetes, até os 'gooooahhhhhh' que surgem à medida que o Sporting vai falhando uma, outra, e mais outra oportunidade. Mas o golo acabou mesmo por surgir. A vitória acabou por não fugir. E o Sporting acabou mesmo por selar a conquista do tão desejado título. Rúben Amorim tinha razão: correu mesmo bem.
O jogo: Desperdiçar, marcar, desperdiçar, sentir o nervosismo a crescer...e festejar
Frente a um Boavista a precisar desesperadamente dos três pontos na luta pela manutenção, o Sporting não mostrou a ansiedade de uma vitória valer o título e cedo criou perigo. Nuno Santos de pé esquerdo, rematou ao poste logo aos quatro minutos. Pouco depois, Paulinho cabeceou centímetros ao lado.
Os lances de perigo iam-se sucedendo, mas a bola teimava em não entrar. Pedro Gonçalves chegou ligeiramente atrasado a um cruzamento 'açucarado' e Nuno Mendes também acertou no poste. Até que, enfim, chegou o golo, marcado pelo ponta-de-lança que Amorim tanto desejou e que alguns adeptos começavam já a contestar. Paulinho deu o melhor seguimento a um passe rasteiro de Nuno Santos e abriu o ativo, colocando o Sporting na rota do título.
Logo de seguida, porém, Adán, como em tantas outras vezes ao longo da época, teve de brilhar para segurar a vantagem leonina. O intervalo chegou mesmo com 1-0 no marcador e o Sporting estava a 45 minutos do título. A segunda parte começou com mais desperdício. Paulinho ficou, por duas vezes, perto de bisar na partida e, depois, numa altura em que a ansiedade e o nervosismo já iam crescendo entre os leões, com o Boavista a começar a surgir mais com bola no meio-campo do Sporting, Pedro Gonçalves desferiu o terceiro remate dos verdes e brancos aos ferros no encontro.
Não houve mais golos, os minutos foram passando e chegou, enfim, o apito final. Era hora de festejar e erguer o troféu.
O momento: Paulinho marca o golo do título
Minuto 36. O Sporting já tinha desperdiçado várias boas ocasiões de golo e enviado duas bolas aos ferros quando, enfim, o golo surgiu. João Mário abriu para Nuno Santos, este cruzou rasteiro para Paulinho que, ao primeiro poste, tocou para o fundo da baliza axadrezada. Estava feito o golo que valia o título.
Os melhores: Coates, como sempre, Paulinho, apesar do desperdício, e até Adán
Seba Coates, o capitão que viria a erguer o troféu de campeão no final do encontro, voltou a ser imperial no centro da defesa e foi, muitas vezes, ele iniciar os ataques leoninos.
Paulinho dispôs de várias ocasiões para marcar, só marcou uma, mas acabou por ser ele a decidir. E até o guarda-redes Adán, num jogo em que o Boavista poucas vezes chegou com perigo à grande área do Sporting, disse presente quando foi preciso, com uma grande defesa à passagem do minuto 40.
As reações
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