O Benfica deslocou-se a Guimarães mas não conseguiu mais do que um empate no encontro com o Vitória (2-2), perdendo margem na liderança do campeonato. O Sporting cumpriu a missão e agora as duas equipas partilham o trono da I Liga, com 52 pontos, sendo que os leões têm um jogo a menos.
A chuva intensa que se fez sentir na cidade minhota foi um fator que as águias não conseguiram contrariar, na primeira parte. Já os vitorianos mostraram muita competência e podiam mesmo ter vencido, se não fossem traídos pelo erro de Borevkovic que deixou a equipa reduzida a 10 elementos, aos 64 minutos.
O jogo explicado
Roger Schmidt optou por uma estratégia diferente uma vez que, embora tenha mantido a estrutura da equipa em 4-2-3-1, optou por sentar Arthur Cabral no banco de suplentes e jogar com Rafa no papel de falso 9. Esta alteração promoveu a entrada de Bah na equipa e devolveu Aursnes ao papel de ala, para dar músculo nas zonas avançadas do terreno. Nesse sentido de dar força à equipa lançou Morato a defesa esquerdo, tirando Álvaro Carreras.
Já Álvaro Pacheco apresentou a equipa em 3-4-3, trocando apenas duas peças. Bruno Gaspar substitui Miguel Maga e Nuno Santos entrou para o lugar de João Mendes na frente, alternando entre a ala e o centro do terreno no apoio a Tiago Silva e Tomás Handel.
Desde muito cedo no encontro se percebeu que a chuvada que assolou Guimarães e encharcou o relvado iria obrigar a um futebol mais direto, com muitos duelos físicos e menos qualidade. O Benfica sofreu muito com isso nos primeiros 45 minutos, uma vez que não conseguia circular a bola rápida e as individualidades não conseguiam sobressair num jogo tão aéreo.
Perto da meia hora de jogo Tomás Ribeiro foi rasteirado por Kokçu dentro da área e Tiago Silva abriu o ativo de grande penalidade, premiando a coragem que o V. Guimarães estava a demonstrar na partida que obrigou Trubin a um par de grandes defesas.
O golo parece ter acordado os jogadores do Benfica, uma vez que pouco depois empataram a partida num momento de magia. Di Maía soltou-se na direita e lançou uma trivela açucarada, que Rafa oportunamente encostou para a baliza.
A traição de Borevkovic
Pouco depois do intervalo a chuva deu tréguas e o sistema de escoamento do relvado foi protagonista, permitindo a bola deslizar pelo relvado e o jogo ganhou muito com isso. As águias assumiram o controlo do encontro, mas a dupla de ataque Silva (Jota e André) entrou em ação e o Vitória de Guimarães ficou novamente em desvantagem.
No entanto, nem 4 minutos depois, Borevkovic teve uma entrada muito dura sobre Florentino, não deixando alternativa a Luís Godinho sem ser dar-lhe o cartão vermelho. Se as águias estavam a começar a impor o domínio, a partir daí foi ainda mais acentuado.
Com Arthur Cabral e Marcos Leonardo em campo a estratégia era ganhar vantagem nas linhas para conseguir cruzar para a área ou explorar situações de um para um. Numa de muitas tentativas, Di María encontra Arthur Cabral dentro da área e o brasileiro cabeceou para o golo do empate, mas não deu para mais do que isso, valendo um ponto para ambas as equipas.
Um resultado que se ajusta pela exibição corajosa, organizada e de muita qualidade do Vitória de Guimarães e pelo facto de o Benfica só tarde demais ter conseguido impor o seu futebol. Agora, águias e leões dividem o trono ca I Liga, ambos com 52 pontos, seguidos pelo FC Porto com 45 e pelo SC Braga com os mesmos 40 pontos que o Vitória de Guimarães.
O momento: erro demasiado caro
Inevitavelmente, o momento decisivo foi a expulsão de Borevkovic, pouco depois de o Vitória de Guimarães ter feito o 2-1. A equipa de Álvaro Pacheco estava a aproveitar muito bem as transições ofensivas para criar perigo na área encarnada, mas a partir do momento em que ficou com 10 elementos em campo teve muito mais dificuldades em sair da pressão encarnada e foi perdendo energias, até sofrer o golo do empate.
Os melhores: Definição de reflexos e um conquistador para outros voos
Do lado do Benfica, Trubin foi absolutamente decisivo, ao fazer defesas de elevado nível em momentos cruciais do encontro. A primeira após uma grande jogada coletiva dos vitorianos, em que Nuno Santos surgiu dentro da área e fez um potente remate para uma enorme defesa de Trubin e a segunda já depois de o Vitória estar com 10 jogadores em campo, parando o contra-ataque de Jota Silva com uma defesa impressionante com o pé.
A pouco e pouco se vai percebendo que Jota Silva, com todo o respeito pelo Vitória, é jogador para outros voos. é muito rápido, forte no um contra um e não tem medo de encarar o adversário. Está a limar a sua capacidade goleadora e faz uma dupla temível com André Silva na frente de ataque, que deu muito trabalho à defesa encarnada.
O pior: ou melhor dizendo, o mais apagado
Borevkovic teve um peso negativo no encontro para os vitorianos, mas até à expulsão estava a fazer uma boa exibição. Sendo assim, e como no lado minhoto a equipa fez uma bela exibição, esta distinção para para Bah. O lateral dinamarquês era um furação na ala direita encarnada, mas desde a lesão parece que ainda não se encontrou. Em Guimarães raramente conseguiu criar uma situação de perigo e pareceu sempre muito lento a decidir.
O que disseram os treinadores
Álvaro Pacheco, do Vitória de Guimarães
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