O tetracampeão Benfica persegue o inédito ‘penta’ na edição 2017/2018 da I Liga de futebol, na qual os rivais FC Porto e Sporting estão ‘proibidos’ de voltar a falhar e que será marcada pela introdução do vídeo-árbitro.

Depois de já ter feito história na época passada, ao conquistar pela primeira vez o ‘tetra’, o Benfica procura repetir um feito que apenas o rival portuense foi capaz de alcançar, ao vencer cinco títulos nacionais consecutivos, entre 1995 e 1999.

Para o fazer, a equipa treinada por Rui Vitória terá antes de consertar o setor defensivo, desmantelado pelas saídas milionárias do guarda-redes Ederson (Manchester City), do central Lindelof (Manchester United) e do lateral direito Nelson Semedo (Barcelona).

O Benfica ‘encaixou’ mais de 100 milhões de euros, mas também ‘inflacionou’ as fragilidades defensivas, bem evidenciadas na pré-época, durante a qual sofreu 14 golos, em seis jogos de preparação, tendo sofrido ‘chapa cinco’ em duas ocasiões, com o Young Boys (5-1) e o Arsenal (5-2).

Se a equipa ‘encarnada’ optou – até agora – por aforrar os milhões provenientes de Inglaterra e Espanha, reinvestindo menos de 5% e privilegiando o meio-campo e o ataque, o FC Porto viu-se nessa contingência por imposição das regras do ‘fair play’ financeiro da UEFA.

A aposta no treinador Sérgio Conceição para substituir Nuno Espírito Santo inseriu-se numa estratégia clara de aposta na ‘prata da casa’, alicerçada no regresso de nove jogadores emprestados, dos quais se têm destacado o avançado Aboubakar e o defesa Ricardo Pereira.

Nem a transferência do avançado André Silva para o AC Milan, por 38 milhões de euros, permitiu abrir os ‘cordões à bolsa’ e será com o guarda-redes Vaná como único reforço que Sérgio Conceição tentará quebrar o maior ‘jejum’ de títulos desde 1984.

Tal como o FC Porto, também o Sporting, campeão pela última vez em 2002, está fortemente pressionado para conquistar o título, em especial o treinador Jorge Jesus e o presidente Bruno de Carvalho, até pelo forte investimento efetuado em aquisições, pelo segundo ano consecutivo.

Depois do rotundo falhanço da política de contratações na época passada, em que apenas o avançado Bas Dost justificou o investimento, o Sporting gastou 28 milhões de euros em reforços mais ‘seguros’, dando particular atenção à defesa, reforçada com Fábio Coentrão e o francês Jéremy Mathieu.

Além de aumentar as opções do plantel sportinguista, as entradas dos médios Battaglia e Bruno Fernandes e dos avançados Doumbia e Acuña inserem-se também numa lógica de prevenção das possíveis saídas de Rui Patrício, Adrien, William Carvalho e Gelson, pretendidos por alguns colossos do futebol europeu.

Com um ‘pleno’ de treinadores portugueses no arranque, a época futebolística 2017/18 deverá prolongar o clima de guerra aberta entre o Benfica e os rivais FC Porto e Sporting, que a introdução do vídeo-árbitro poderá apenas amenizar.

A luta entre os três crónicos candidatos ao título terá um ingrediente suplementar, uma vez que Portugal perdeu um ‘lugar europeu’ e o terceiro posto já não permitirá o possível acesso à Liga dos Campeões, o que tornará também mais aguerrida a competição pela Liga Europa.

Depois de na temporada passada ter sido ultrapassado em toda a linha pelo Vitória de Guimarães (quarto classificado e finalista da Taça de Portugal), o Sporting de Braga tentará recuperar o estatuto de ‘quarto grande’, com o Marítimo a constituir-se como a mais séria ameaça às equipas minhotas.

A luta pela manutenção deverá ser comum a mais de metade do ‘pelotão’, com o Portimonense e o Desportivo das Aves, que não disputavam o escalão principal há seis e 10 anos, respetivamente, em posição de alguma desvantagem relativamente à concorrência.