Os aspetos anímicos podem ser determinantes no desfecho do "play-off" de acesso à I Liga de 2014/15, disseram hoje à Lusa três ex-futebolistas que representaram o Paços de Ferreira e o Desportivo das Aves.
A vantagem emocional do secundário Desportivo das Aves é reconhecido pelos antigos avançados Rui Miguel e Paulo Vida e, também, pelo médio Gouveia, embora este último seja o único a reclamar uma dose maior de favoritismo para o primodivisionário Paços de Ferreira.
"Em termos físicos, as épocas das duas equipas foram desgastantes, o Aves está mais forte animicamente, mas o Paços é mais favorito. Numa eliminatória difícil e equilibrada, em que o detalhe poderá ser determinante, o Paços tem mais valores individuais que podem fazer a diferença", disse Filipe Gouveia.
O antigo campeão nacional pelo Boavista (2000/01), de 41 anos, representou duas épocas o Paços e, mais tarde, pelo mesmo período, o Aves, e atribui "alguma vantagem" aos pacenses por iniciarem o "play-off" como visitantes.
Rui Miguel reparte, por sua vez, o favoritismo, lembrando que "as equipas partem em pé de igualdade", e antevê dois jogos equilibrados, embora apresentem níveis anímicos distintos.
"O Paços tem um plantel bom, que foi construído para a I Liga, mas as coisas não correram bem e a época reflete um pouco a ideia de que ‘o que começa torto tarde ou nunca se endireita’, enquanto o Aves tem um bom plantel para a II Liga, mas o ambiente é mais saudável e bem menos pesado", defendeu Rui Miguel.
O ex-avançado, de 39 anos, passou duas épocas na Capital do Móvel antes de representar o Aves, no qual alinhou três temporadas, numa experiência distinta de Paulo Vida, o mais velho dos três, hoje com 42 anos, que conviveu mais tempo em Paços (duas épocas e meia contra apenas uma na formação de Vila das Aves).
"Vejo o Aves como uma equipa mais sólida, tem o mesmo treinador e mantém os seus objetivos habituais de lutar sempre pelos lugares cimeiros. É uma equipa, nesta altura, mais motivada e a que tem menos a perder", disse Paulo Vida, sem com isso lhe atribuir maior favoritismo.
Em relação ao Paços, reconhece que "não é fácil" gerir uma situação de quebra contínua, no seguimento de uma época que criou "uma expetativa grande", com a conquista do histórico terceiro lugar, mas, "estrategicamente", admite que "será melhor começar fora" uma "liguilha" que prevê "equilibrada".
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