José Preto, advogado de Bruno de Carvalho, pede a abertura de instrução no processo de Alcochete. Num texto de 20 folhas, divulgadas pelo jornal 'Diário de Notícias' na edição desta sexta-feira, a defesa do ex-presidente do Sporting 'arrasa' a acusação do Ministério Público, acusa a Procuradora Cândida Vilar de ignorância do Direito e do português.
Num texto muito duro, assinado por José Preto, a defesa pede a nulidade do inquérito e sublinham que a acusação de terrorismo não é "séria", e que não só não existem indícios de "autoria moral" como a investigação teria optado por não investigar factos que poderiam ilibar o ex-dirigente, escreve o DN.
Diz a defesa de Bruno de Carvalho que o texto da acusação é "radicalmente desabitado por qualquer forma de inteligência relevante para os objetivos assumidos" e que "ostenta níveis de ignorância e descuido assombrosos que só têm paralelo no arbítrio soez de que há já notícia pública". No texto de 20 páginas, José Preto diz que a acusação se "esqueceu que um processo se faz para esclarecer as coisas e não para ultrajar seja quem for".
No pedido de abertura de instrução no processo sobre o ataque a Alcochete por parte de adeptos do Sporting, José Preto escreve ainda que a acusação do Ministério Público é "uma sequência de ultrajes", um "insulto ao Direito, ao povo, em nome de quem a justiça é feita", "Completamente aberrante" e escrito em "Linguagem de taxista". A defesa de Bruno de Carvalho fala em "promiscuidade com órgãos de comunicação social, [...] alguns dos quais não passam de meros placards de bordéis".
Diz ainda a Defesa que acusação de Terrorismo não é séria já que, se assim fosse, o "o órgão competente para dirigir a investigação criminal seria obviamente o DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal)", e o tribunal competente para fiscalizar o inquérito seria, por decorrência, o Tribunal Central de Instrução Criminal, escreve o DN.
Ainda no pedido de abertura de instrução, a defesa de Bruno de Carvalho considera a acusação no âmbito do ataque à Academia nula por incompetência da GNR, do DIAP e do Tribunal do Barreiro. José Preto quer que o julgamento, a acontecer, decorra perante um tribunal de júri por entender que "os jurados populares são garantia imprescindível de independência e imparcialidade dos tribunais de julgamento", pode-se na edição desta sexta-feira do 'Diário de Notícias', numa reportagem assinada pela jornalista Fernanda Câncio.
No texto de 20 páginas assinado por José Preto, nem Jorge Jesus escapa. O ex-técnico do Sporting acusou Bruno de Carvalho de mentir em Tribunal, por ter dito que foi o treinador a mudar o treino nessa terça-feira, 15 de maio, aquando do ataque a Academia do Sporting.
"O próprio Jesus - acabando de ouvir o termo teria vindo (nada concedendo) dizer ao Record que Bruno de Carvalho mente (era o que faltava, realmente), porque "determinou" (ora viram?) não damos de barato que Jesus tenha conseguido dizer tanta sílaba tão de seguida e tão a direito, a versão do Record não dispensa a audição do Jesus." (...) É relativamente claro que não é a direcção do clube quem marca ou desmarca treinos com horário fixado", pode ler-se no DN.
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