A auditoria independente às contas do Grupo Sporting, pedida pela atual direção, liderada por Godinho Lopes, apresenta o universo empresarial dos “leões” em «falência técnica», apontando o futebol profissional como principal fator para os «resultados negativos crónicos».
Uma versão sumária do documento, publicada no sítio oficial dos “leões” e que analisou os últimos 13 anos de gestão em Alvalade, adianta que as contas consolidadas «apresentam capitais próprios negativos de 138 milhões de euros, situação estruturalmente desequilibrada, usualmente denominada como de falência técnica».
«No período analisado, registou-se um agravamento de 194 milhões de euros (ME) atingindo as dívidas de financiamento o valor de 263 ME - o endividamento subiu para 276 ME, nele se incluindo os denominados VMOC (Valor Mobiliário Obrigatoriamente Convertível), contabilizados em capital próprio», lê-se no texto.
Os peritos, que se dedicaram às contas entre 1 de agosto de 1998 e 26 de março de 2011, ao longo dos mandatos dos presidentes José Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco e José Eduardo Bettencourt, sublinham os «resultados líquidos negativos consolidados em quase todas as épocas».
«A margem bruta anual do futebol profissional tem o seu ponto crítico nos 45 milhões de euros, cerca de 33 ME acima do seu valor médio anual registado no período em análise da ordem dos 12 ME», destaca-se.
Um «défice crónico de tesouraria», de «quase 20 milhões de euros por ano», e o consequente «recurso a empréstimos» contribuíram para o «agravamento do passivo» em 230 ME, situação que originou custos adicionais em juros de financiamento de 115 ME.
A auditoria indica ainda o investimento em passes de jogadores e na construção do Complexo Alvalade XXI e da Academia de Alcochete como responsáveis para o défice em 81 milhões de euros e em 72 ME, respetivamente, tendo já em conta os juros anuais pagos.
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