O treinador Nuno Manta Santos salientou, esta segunda-feira, a ambição de os futebolistas do lanterna-vermelha Desportivo das Aves em obterem um triunfo inédito frente ao líder FC Porto, na terça-feira, em jogo da 27.ª jornada da I Liga.
“Nunca há impossíveis na vida e temos de nos agarrar a isso, sabendo da dificuldade que é vencer o FC Porto neste momento. Estamos cientes das dificuldades, mas queremos dar uma boa resposta, fazer um jogo positivo e demonstrar que temos qualidade para somar pontos e dificultar a tarefa de uma equipa muito forte, que luta pelo título e quer continuar na frente do campeonato”, referiu o técnico, em conferência de imprensa.
Recusando comentários às ausências dos castigados Alex Telles e Wilson Manafá, Nuno Manta Santos admite ter detetado poucas diferenças nos ‘dragões’ após a retoma da I Liga, ao conservarem atributos que “já os caracterizavam”, como “uma grande vontade e intensidade no jogo ofensivo e muita agressividade pela positiva na conquista da bola”.
“Poderemos aproveitar as bolas paradas a nosso favor e sabemos que às vezes têm algumas dificuldades na sua transição defensiva, sobretudo quando não ganham a bola na primeira fase de pressão. Haverá espaços nas costas e nos corredores laterais para explorarmos, mas também iremos tentar aproveitar o nosso ataque organizado”, anteviu.
Apesar das cinco derrotas consecutivas e de ter conquistado um ponto nos últimos 21 possíveis, o treinador nota “uma equipa a crescer” e mostra-se satisfeito com o “caráter, compromisso e respeito” dos avenses, que procuram “fazer história” diante do FC Porto, com quem averbaram 14 derrotas e um empate nos confrontos anteriores.
“No último jogo tínhamos uma estratégia para a segunda parte que foi condicionada ao fim de 30 segundos, mas a capacidade de os atletas conseguirem reajustar para jogarmos com menos um durante 45 minutos só provou a sua competência e qualidade”, apontou, aludindo à expulsão do defesa Ricardo Mangas na derrota em Tondela (2-0).
Os nortenhos também estão privados do avançado chadiano Marius Mouandilmadji, cedido pelo FC Porto, e equacionam a estreia de “mais um ou dois atletas” oriundos da equipa sub-23 na reta final do campeonato, no qual já recorreram a 41 jogadores sem “olhar a idades, mas às competências de cada um e ao que podem oferecer ao grupo”.
Após quase três meses de paragem devido à pandemia de covid-19, Nuno Manta Santos considera ser “muito prematuro” aferir os impactos do regresso de um futebol sem adeptos nas bancadas, com riscos redobrados de lesões e a medida temporária das cinco substituições, que perfazem um “espetáculo diferente” ao qual “todos se estão a adaptar”.
Os avenses têm atravessado uma série de contrariedades desportivas, diretivas e financeiras e voltaram a falhar na terça-feira a obrigação de demonstrar a inexistência de dívidas salariais a jogadores e treinadores nos meses de março e abril junto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que remeteu o processo para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, tal como tinha sucedido em 03 de abril.
A SAD liderada pelo chinês Wei Zhao justificou o incumprimento entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020 com a paralisação da atividade económica na China, motivada pelo novo coronavírus, mas assistiu às rescisões unilaterais do guarda-redes francês Quentin Beunardeau e do avançado brasileiro Welinton Júnior, numa reincidência que pode significar cinco a oito pontos de penalização na luta pela manutenção na I Liga.
O Desportivo das Aves, 18.º e último classificado, com 13 pontos, 12 abaixo da zona de salvação, recebe o FC Porto, na liderança isolada, com 63, mais dois do que o campeão nacional Benfica, na terça-feira, às 21:15, no Estádio do CD Aves, em encontro da 27.ª jornada, com arbitragem de Carlos Xistra, da associação de Castelo Branco.
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