João Pedro Sousa, primeiro, Bruno Lage, depois, e Rúben Amorim, entretanto, marcaram a I Liga portuguesa de futebol entre os treinadores, mas todos ‘esbarraram’ no campeão Sérgio Conceição, o último a ‘rir’.
Depois do título de há dois anos, a ‘negar’ o ‘penta’ ao Benfica, Sérgio Conceição levou novamente os ‘dragões’ à vitória na prova, numa época em que quase deitou a ‘toalha ao chão’, após perder para o Sporting de Braga a final da Taça da Liga.
A sete pontos dos ‘encarnados’ no campeonato, e depois de também já ter falhado no início da época o apuramento para a fase de grupos da ‘Champions’, Conceição conseguiu, porém, virar o seu destino e o do FC Porto, ao vencer em casa o Benfica, à 20.ª ronda.
De uma possível desvantagem de 10 pontos, o técnico luso, de 45 anos, colocou o FC Porto a quatro e, a partir daí, e ajudado por sucessivos desaires do Benfica, começou a construir o 29.º título dos ‘dragões’, e segundo em três anos.
A qualidade do jogo dos portistas não vai entrar na história, mas isso nunca deu ‘azia’ a Sérgio Conceição, única e exclusivamente centrado em somar pontos, triunfos e levar a equipa à vitória no campeonato.
Desta forma, e conseguido o grande objetivo da época, o técnico acabou por cima, mesmo se, ao longo de quase toda a prova, tenham sido quase sempre outros a brilhar entre os 34 técnicos que passaram pelas 18 equipas da I Liga.
O primeiro foi o estreante João Pedro Sousa, que, ao comando de um Famalicão que não ‘via’ a I Liga há 25 anos, entrou com seis vitórias e uma derrota nas primeiras sete rondas, sendo líder a partir da terceira e até perder com os comandados de Sérgio Conceição, por 3-0, à oitava ronda.
No computo da primeira volta, o destaque maior vai, porém, para Bruno Lage, que, depois de ter acabado a época passada com 18 vitórias em 19 jogos, após substituir Rui Vitória, sendo o ‘herói’ do título do Benfica, começou a presente da mesma forma.
Ainda assim, Lage não evitou perder em casa com Conceição, por 2-0, e foi de novo face aos ‘dragões’, à 20.ª ronda, com um desaire por 3-2, que começou a ‘afundar’ as possibilidades de conquistar o ‘bis’. Foi de mal a pior, até ser despedido.
À medida que Lage ia caindo, outro estreante, Rúben Amorim, de 35 anos, muito contestado por não ter qualificações para orientar uma equipa da I Liga, foi-se revelando ao comando do Sporting de Braga, equipa em que substituiu Ricardo Sá Pinto.
Amorim começou com um inusitado 7-1 no reduto do Belenenses SAD e, sempre apoiado num sistema de três centrais, nunca baixou o nível, destacando-se, sobretudo, no combate com os ‘grandes’, ao bater o FC Porto (2-1), no Dragão, o Benfica (1-0), na Luz, e o Sporting (1-0), em Braga, tudo no espaço de cinco rondas.
Após nove jogos, e oito vitórias e apenas um empate (muito por ter ficado com menos um elemento, na receção ao Gil Vicente, após liderar por 2-0), fez os ‘arsenalistas’ saltar da oitava para a terceira posição, num autêntico ‘conto de fadas’ que incluiu, à margem da I Liga, a conquista da Taça da Liga.
Mas, de forma inesperada, o Sporting de Braga deixou fugir a sua ‘galinha dos ovos de ouro’, facilitando, a troco de 10 milhões de euros não saldados, a sua saída para o Sporting, que já havia ‘experimentado’ Marcel Keizer, Leonel Pontes e Silas.
O quatro treinador da época em Alvalade ‘trouxe’ de Braga o sistema de três centrais, apostou em muitos jovens, até então com um ‘rotundo’ zero de utilização, e parecia destinado ao terceiro lugar e à entrada direta na Liga Europa.
Entre Braga e Alvalade, Amorim conseguiu uma volta de invencibilidade – 14 vitórias e três empates -, mas, ao 18.º jogo, e como Sousa e Lage, ‘esbarrou’ em Conceição, no Dragão (0-2), no jogo em que o FC Porto selou o 29.º título.
Conceição ‘acabou’ com o trajeto sem derrotas de Amorim, que, depois, não mais ganhou (0-0 com o Vitória de Setúbal e 1-2 na Luz) e deixou fugir o terceiro lugar para o Sporting de Braga, que, com Artur Jorge, somou 10 pontos em 15 possíveis.
Melhor do que este registo, foi ainda o de Nélson Veríssimo, que, desde que sucedeu a Lage, somou 13 pontos, nas mesmas cinco rondas, encabeçando o ‘ranking’ dos 34 técnicos no que respeita a percentagem de pontos conquistados (86,7%).
O título já estava, porém, destinado a Conceição, um dos sete técnicos que fez toda a prova, juntamente com Carlos Carvalhal (Rio Ave), que acabou no europeu quinto lugar, João Pedro Sousa, Ivo Vieira (Vitória de Guimarães), Vítor Oliveira (Gil Vicente), João Henriques (Santa Clara) e Natxo González (Tondela).
Apesar de ter falhado, nos descontos da última ronda, um inédito apuramento para a Liga Europa, João Pedro Sousa fica na história pelo sexto lugar, o melhor de sempre do Famalicão, que nunca tinha ficado acima do 13.º posto.
O ‘azar’ do Famalicão foi a ‘sorte’ de Carlos Carvalhal, que, no regresso ao futebol português, quase deixou a prova meio, ‘louco’ com estado das coisas, mas vai mesmo deixar o clube, tal como Ivo Vieira ou João Henriques.
O ‘míster subidas’ Vítor Oliveira teve igualmente um excelente percurso no Gil Vicente - que também vai abandonar -, enquanto o espanhol Natxo González ‘penou’ para salvar o Tondela.
Os restantes 11 clubes fizeram todos alterações, com o Sporting de Braga, o Sporting (um interino) e o Vitória de Setúbal (um) a somarem quatro técnicos e o Belenenses SAD, o Portimonense (um) e o Desportivo das Aves (um) a colecionarem três.
Por seu lado, Benfica, Moreirense, Marítimo, Boavista e Paços de Ferreira fizeram o ‘chicote’ estalar uma vez.
No total, 34 treinadores orientaram equipas na edição 2019/20 da I Liga, quatro deles interinamente e outros tantos em duas equipas – Silas (Belenenses SAD e Sporting), Rúben Amorim (Sporting de Braga e Sporting), Lito Vidigal (Boavista e Vitória de Setúbal) e Nuno Manta Santos (Marítimo e Desportivo das Aves).
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