A alteração dos estatutos, a reformulação da composição da SAD e o lançamento de uma auditoria forense financeira são as prioridades de ação do candidato da Lista B, Francisco Benitez, à presidência da direção do Benfica.
“Vamos dar logo início à alteração de estatutos, é um processo que tem de ser rapidamente feito porque o Benfica está preso àqueles estatutos que não permitem uma participação mais ativa dos sócios. A segunda coisa que vamos fazer - em paralelo – é avançar logo com um processo de auditoria forense, porque temos de perceber exatamente o que aconteceu”, diz, acrescentando: “Depois colocar mais gente que percebe de futebol dentro da SAD”.
Em caso de eleição para a presidência, o empresário salienta também que o Benfica devia tornar-se assistente no processo ‘Cartão Vermelho’, que tem o ex-presidente Luís Filipe Vieira como principal arguido e no qual, segundo o Ministério Público, estão em causa “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros” suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.
“Não é à toa que existem muitos processos sobre o Benfica. Alguma coisa tem de haver ali e o Benfica deve ser o primeiro a dar o passo, como, por exemplo, constituir-se assistente no processo ‘Cartão Vermelho’. Se o Benfica é lesado – e há indícios graves de que foi lesado -, o Benfica tem de se constituir como assistente daquele processo para saber o que é que realmente se passou”, explica.
Numa entrevista à Lusa, o candidato de 57 anos sublinha ser a pessoa certa para o futuro do clube nas eleições deste sábado - às quais também concorre Rui Costa enquanto líder da lista A - por ter “uma grande equipa” ao seu lado, enaltecendo as virtudes deste grupo de sócios e das suas propostas. Simultaneamente, defendeu que só quer ir buscar pessoas “credíveis, competentes e, acima de tudo, benfiquistas” para a SAD.
“[Tenho uma] equipa que nunca esteve no Benfica e que não tem nenhum tipo de cumplicidades, nada a esconder, e são benfiquistas de coração: gente que precisa do Benfica para viver, mas que não precisa do Benfica para comer. Portanto, isso dá uma capacidade de independência, de análise e de entrega ao Benfica que acho que é aquilo que o Benfica precisa neste momento”, realça.
E continua com o ataque à lista A, liderada por Rui Costa, visando a falta de ideias e a linha de continuidade de quase duas décadas de presidência de Luís Filipe Vieira.
“Não podemos continuar a ter uma equipa que já está saturada; das 20 pessoas que lá estão na lista concorrente, 14 já lá estão há vários anos. Já dominam a casa para trás e para a frente e as ideias que realmente são necessárias ter para o futuro, já não as têm, já deram tudo o que tinham para dar. Estão completamente espremidos e, portanto, agora é continuar no mesmo rumo e o que nós precisamos é de novas ideias”, observa.
Já sobre os motivos que o levaram a avançar para a corrida eleitoral, Francisco Benitez invoca a “oportunidade [dada] a quem não está satisfeito com o sistema atual ter uma alternativa para votar”; questionar a lista concorrente para saber o que pensam fazer, como e quando; e, finalmente, fazer com que todos os benfiquistas conheçam as ideias” desta lista, cuja base é o movimento ‘Servir o Benfica’.
Francisco Benítez concorre às eleições para os órgãos sociais do Benfica para o quadriénio 2021-2025, no sábado, frente ao atual presidente Rui Costa, que manifestou indisponibilidade de agenda para marcar uma entrevista. Ambos concorrem à sucessão a Luís Filipe Vieira, que ocupou o cargo durante quase 18 anos, desde 2003.
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