O futebolista português Rui Caetano admitiu hoje estar a passar pelo “momento mais difícil da carreira”, devido ao alegado incumprimento contratual por parte do Paços de Ferreira, que o impede de treinar e pode mesmo chegar aos tribunais.
“É o momento mais difícil da minha carreira, sem poder de fazer o que mais gosto desde maio, há cinco ou seis meses. É uma situação muito difícil”, referiu o avançado, em conferência de imprensa promovida pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).
O jogador, de 28 anos, vice-campeão do mundo de sub-20 por Portugal, explicou como se desenrolou o regresso previsto aos pacenses, clube que representou durante três anos e meio (2010-2013), mostrando-se triste e desapontado com o diretor desportivo, Carlos Carneiro, e o presidente, Paulo Meneses.
“Estava tudo fechado à frente do presidente e iria ser jogador do Paços. Fui sempre falando com o Carlos Carneiro e estava tudo certo, não havia dúvida. Era só mais uma semana e garantiram-me que me iram ligar para começar a treinar”, referiu Caetano, que se fez acompanhar de uma pasta com inúmeras mensagens trocadas com os responsáveis dos ‘castores’.
Perante constantes adiamentos, Caetano deu conta que esperou “demasiado tempo” para integrar a equipa e deparou-se com a situação de ter o contrato assinado na posse do Paços de Ferreira, ficando impossibilitado de se juntar a outro clube.
“Fui sempre pedindo para rasgar o contrato caso não me quisessem, mas estava impedido de assinar por outro clube, porque tinha um assinado. Em momento algum me disseram para rejeitar e, ao assinar por outro clube, existia esse problema de se registar o contrato”, clarificou.
O presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, exigiu “respeito e dignidade”, deixando claro que, caso o processo não se resolva a bem, irá ter o desfecho nos tribunais.
“Caetano fez tudo o que estava ao seu alcance. Arrastou-se por demasiado tempo e o Paços quer-se vitimizar quando é o responsável. Se não quiserem resolver de outra forma - ainda tem essa oportunidade -, não nos resta outra forma que não seja recorrer para as vias judiciais”, declarou Joaquim Evangelista, esclarecendo “não haver dúvidas de que Caetano pode assinar por outro clube” na reabertura do mercado.
Para o sindicato, este é mais um caso “recorrente” no futebol português do “vale tudo e de que não há responsabilidades”, defendendo que deve “existir uma mudança de paradigma”.
Comentários