O presidente do Marítimo, Carlos Pereira, garantiu que não se sente “cansado” e que gosta “muito” do seu trabalho, no balanço dos 23 anos à frente do clube madeirense da I Liga portuguesa de futebol.

A data foi assinalada em 04 de julho, com uma entrevista ao canal da equipa ‘verde rubra’, em que na segunda parte, publicada hoje, assinalou a vontade de continuar a liderar o emblema insular, quando falta um ano para as próximas eleições.

“Ainda estamos a uma distância muito grande. Acho que as pessoas têm o direito de analisar, de se organizar, até de querer alterar e, próximo dessa data, nós definiremos. Não me sinto cansado, gosto muito daquilo que faço, sinto prazer e vaidade naquilo que faço e no lugar que ocupo no Marítimo”, destacou Carlos Pereira.

Numa época que tem sido conturbada para o Marítimo, por ter estado muito perto dos lugares de despromoção, situação entretanto melhorada após dois triunfos consecutivos, diante de Benfica e Santa Clara, o líder do emblema maritimista deixou uma mensagem aos adeptos.

“Muitas vezes, até sou apelidado de não ter uma empatia muito grande com a nossa massa associativa. Tenho uma grande empatia com os adeptos. Foi no meio deles que nasci. Eu não fiz a casa do telhado, fiz pela base. Comecei onde eles estão. Gostava também de estar com eles, mas não podemos estar nos dois lados ao mesmo tempo. A minha porta está sempre aberta para a melhor mensagem, o melhor diálogo, a melhor explicação. Venham, transmitam, escrevam. Tudo o que vier por bem é bem-vindo”, esclareceu.

O percurso de dirigente foi recordado desde a chegada ao Marítimo, para trabalhar na formação, à passagem ao futebol profissional, em 1984, um ano antes da subida do clube ao principal escalão, do qual nunca mais saiu, até o convite para assumir a presidência, em 1997, numa fase muito delicada.

“Era preciso criar algumas condições para que proporcionasse esse crescimento. Foi um caminho que quase levou o Marítimo à falência. Lembro-me da primeira intervenção ter sido com fundos próprios. Um grupo de quatro, cinco elementos, que também se atravessaram muito para que o Marítimo pudesse fazer cobertura às situações difíceis das rescisões de contrato, das situações pontuais para que outras não acontecessem e para que se criasse estabilidade no seio do clube. Sei que tudo isto foi muito difícil e um atrevimento muito grande da minha parte para conseguir fazer essa recuperação”, lembrou.

Os melhores momentos que Carlos Pereira salientou no seu tempo de presidência foram a final da Taça de Portugal em 2001, perdida para o FC Porto (2-0), na qual foi feita uma “ponte aérea” da Madeira para Lisboa, levando mais de 5.000 adeptos maritimistas para o Jamor, e a inauguração do Estádio do Marítimo, em dezembro de 2016, comemorado com um triunfo perante o Benfica, por 2-1.

“Essas são as verdadeiras alegrias e que gostaria de repetir, mas vencendo [a Taça de Portugal]. Quero voltar a ter essa alegria [a vitória ao Benfica] quando tivermos a nossa academia”, acrescentou.