O Casa Pia destacou hoje o profissionalismo e lealdade do treinador-adjunto Vasco Matos, com o qual o clube está solidário, na sequência dos incidentes na visita ao FC Porto, da 32.ª ronda da I Liga de futebol.

Em comunicado divulgado no sítio oficial, os ‘gansos’ lembram os valores fundamentais com os quais o clube foi fundado em 1920 – cultura, solidariedade e desporto – e que os jogadores, treinadores e dirigentes “defendem de forma abnegada e intransigente”.

“O treinador-adjunto Vasco Matos é um destes homens, que, com o profissionalismo e lealdade incontestada, procura o crescimento do clube e dos seus atletas, e por isso é merecedor da lealdade e solidariedade da restante equipa técnica, atletas, estrutura e direção”, lê-se no comunicado, que surge um dia depois das críticas de Pinto da Costa.

No triunfo do FC Porto, por 2-1, verificaram-se incidentes nos derradeiros instantes da partida, que foram desencadeados na sequência do golo da reviravolta dos ‘dragões’, selado por Danny Loader, aos 90+3 minutos, a exaltar os ânimos entre os dois bancos.

O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, fez um gesto polémico em direção ao banco adversário e teve uma acesa troca de palavras com Vasco Matos, adjunto dos ‘gansos’, altercação que se prolongou já depois do apito final do árbitro Manuel Oliveira no jogo.

VEJA O GESTO POLÉMICO DE SÉRGIO CONCEIÇÃO

“O Casa Pia pretende contribuir para a salvaguarda e promoção do desporto nacional, sobretudo o futebol português, pelo que não confunde as ações dos homens com as instituições que dizem representar. Não tem sido, nem será, a nossa política alimentar qualquer tipo de polémicas. No entanto, sempre que necessário, assiste o direito e o dever de defender a instituição”, afirmou o atual 10.º classificado da I Liga de futebol.

O Casa Pia manifestou a transmissão de valores “inalienáveis e inegociáveis” aos seus atletas, sendo eles a “sã competitividade, a lealdade, a independência e o respeito pelo adversário e pelas instituições”, promovendo o exemplo “às futuras e atuais gerações”.

“O êxito que o Casa Pia atingiu, assim como a forma como tem competido, assentam nos valores que sempre defendeu, designadamente a independência e isenção. Apesar do que algumas ‘vozes’ teimam em reproduzir, estes valores serão sempre os pilares da atuação desta instituição secular, em prol de um bem comum, comprometidos em promover a sã competição, como forma de promover o desporto nacional e de exemplo às futuras e atuais gerações”, concluiu o comunicado da formação casapiana.

VEJA A CONFUSÃO NO FINAL DO ENCONTRO

O presidente do FC Porto criticou, na segunda-feira, a ausência de sanção disciplinar para o treinador-adjunto do Casa Pia, Vasco Matos, no triunfo dos ‘dragões’, à margem da receção dos novos campeões europeus de hóquei em patins nos Paços do Concelho.

“Toda a gente viu que houve um treinador-adjunto que passou o jogo inteiro a provocar o nosso banco [de suplentes]. Se tivesse havido ação disciplinar sobre esse elemento, não teria havido mais nada. Agora, quando um elemento nosso se levanta, como aconteceu antes dessa confusão com o engenheiro Luís Gonçalves [administrador da SAD e vice-presidente FC Porto], leva logo [cartão] amarelo”, observou Jorge Nuno Pinto da Costa.

Os incidentes do final do encontro foram desvalorizados pelos técnicos principais nas conferências de imprensa posteriores ao duelo, que manteve o FC Porto com os quatro pontos de distância do líder Benfica, impedindo festejos antecipados do título ao rival.

“Esse senhor esteve no banco, insultou toda a gente, criou problemas e nem um amarelo levou. Aliás, o treinador do Casa Pia [Filipe Martins] até foi impecável e reconheceu isso. Enquanto forem permitidos estas cenas e comportamentos, não há possibilidades de [o futebol português] melhorar”, frisou Pinto da Costa.

Através da sua ‘newsletter’ diária, os campeões nacionais já tinham acusado Vasco Matos de ter passado “todo o encontro a desafiar o banco” do FC Porto e denunciaram a “derrota do antijogo e das provocações gratuitas”.

“O futebol português nunca pode progredir quando há quase 50% de jogo jogável. Em 90 minutos, parece que se jogaram 51 [houve 51,38% de tempo útil]. Enquanto for permitido isso e se virem cenas de jogadores que se atiram para o chão ao mínimo toque ou sem toque algum, acho que o futebol português não vai progredir. O que se pode fazer? Sou responsável pelo FC Porto. Infelizmente, não posso fazer nada nessa qualidade”, notou.