A afirmação foi hoje feita pelo comandante da 3.ª Divisão da PSP de Lisboa, que recusou avançar o número de agentes destacados para o jogo grande da 14.ª jornada da Liga de futebol, para evitar as comparações, mas admitiu que “não andarão longe” dos 600.
Em conferência de imprensa, o subintendente Costa Ramos disse que o dispositivo policial é “o considerado adequado às circunstâncias”, um “jogo de risco elevado” que deverá esgotar o Estádio da Luz, prevendo-se a presença de entre 62 000 e 65 000 espectadores.
“A maior preocupação são as claques, pelo seu comportamento menos cívico e historial”, afirmou. “São as claques e os comportamentos das pessoas que as integram. Independentemente do clube de que são, têm um comportamento muito desviante em relação a um cidadão normal”.
As autoridades, incluindo a Unidade Regional de Informações Desportivas (URID), começam a preparar os jogos de risco elevado com “pelo menos 15 dias de antecedência”, embora a última semana antes do encontro seja “fulcral”.
Segundo o subintendente Costa Ramos, na preparação do dispositivo de segurança para o jogo são tidos em conta aspectos como a meteorologia, as declarações proferidas pelos responsáveis dos dois clubes, o historial e o lugar que as equipas ocupam na classificação.
O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP destacou elementos das suas várias valências: patrulhas a pé, de automóvel e à civil, equipas de intervenção rápida e cinotécnicas, corpo de intervenção, divisões de investigação criminal e de trânsito, equipas de inactivação de engenhos explosivos e segurança em subsolo e URDI.
As portas do estádio abrem às 18:15, mas a PSP pediu às claques do FC Porto para se concentrarem no Pólo Tecnológico de Lisboa às 17:00, para depois fazerem o percurso até ao estádio acompanhados por uma caixa de segurança da polícia.
Ali, junto ao TV Compound, será feito o controlo de bilheteira aos adeptos portistas, que depois serão submetidos a duas revistas, uma dos assistentes de recintos desportivos e outra da polícia, antes de se instalarem em três sectores do estádio. As claques do Benfica entrarão no estádio cerca de uma hora depois.
Os cerca de 3500 adeptos visitantes, 2500 dos quais pertencentes a claques, vão ficar instalados em três pisos diferentes, mas sobrepostos: as claques ficam nos pisos zero e três, enquanto no piso um ficam os apoiantes comuns.
“Estará polícia no terceiro anel, no piso três, para evitar qualquer aproximação, qualquer confronto entre as claques do Benfica e do FC Porto”, referiu o comandante da 3.ª Divisão da PSP de Lisboa, que após o jogo acompanhará os autocarros portistas “até ao limite da sua área”.
Quando questionado sobre o sucedido no recente Sporting-Benfica, quando o autocarro “encarnado” foi apedrejado à chegada ao Estádio de Alvalade, lembrou a importância de as equipas cumprirem os horários estabelecidos na programação do dispositivo de segurança.
Sem querer criticar os clubes, o subintendente Costa Ramos recordou que então “houve um atraso na chegada das equipas do Sporting e do Benfica” que “também condicionou a actuação da polícia”.
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