O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), José Gomes, reconheceu que a classificação dos árbitros desta época criou «mal-estar entre a classe» e admitiu a eventualidade da fórmula utilizada «ter de ser repensada e alterada».
«Estamos a recolher informações sobre a aplicação da fórmula usada e se constatarmos que a mesma não é a mais correta para avaliar os árbitros, daremos a nossa opinião e contribuição para a repensar e, eventualmente, alterar», disse José Gomes à agência Lusa, prometendo «uma tomada de posição pública» da APAF em tempo oportuno.
Apesar de reconhecer que a situação criou um «evidente mal-estar» entre os árbitros, José Gomes não quis confirmar a versão de Paulo Baptista, segundo a qual a fórmula atual prejudica os juízes que apitam mais jogos.
No entanto, o líder da APAF admitiu que tal possa ocorrer:
«Não vou dizer taxativamente que os árbitros que apitam mais jogos são penalizados, porque podem fazer muitos jogos e ter avaliações menos favoráveis. No entanto, parece evidente, com a aplicação desta fórmula, que quem faz mais jogos vê a sua média baixar.»
José Gomes revelou já ter falado com Paulo Baptista sobre este assunto, admitindo que este lhe deu conta da «surpresa total» pela sua classificação e despromoção, e adiantou que a questão afetou «muitos mais árbitros e, sobretudo, árbitros assistentes».
De resto, há quatro árbitros com estatuto de internacionais – Hugo Miguel (14.º), Duarte Gomes (15.º), Carlos Xistra (18.º) e Marco Ferreira (20.º) – que correm o risco de perderem as insígnias da FIFA, à luz da regulamentação vigente, caso na próxima época repitam uma má classificação.
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