O novo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Reinaldo Teixeira, pediu hoje uma união em torno da sua vitória, e assume-se "preparado para algo que corra menos bem" na reparação do clima entre clubes.

"A partir de hoje, sou o presidente de todo o futebol profissional. Agradeço todas as manifestações de apoio públicas. Respeito a expressão de todas as sociedades desportivas, mas, a partir de hoje, sou presidente de todos sem exceção", sublinhou, em discurso após o anúncio dos resultados.

O presidente da Associação de Futebol do Algarve (AFA) e coordenador dos delegados da LPFP pretende devolver um contexto apaziguador, depois de os quatro principais clubes da I Liga terem apoiado candidatos diferentes, além da troca de comunicados entre FC Porto e Benfica sobre os negócios de Reinaldo Teixeira com o presidente das ‘águias’, Rui Costa, que terão começado quando este ainda era jogador.

Em vitória expressiva, mas não unânime, o gestor, de 61 anos, conquistou 42 dos 52 votos (81%), contra os 10 (19%) de José Gomes Mendes, que liderava a Mesa da Assembleia Geral (MAG) do organismo.

"Trabalhava para ter os 100% dos votos, mas foi, de facto, um resultado expressivo. No entanto, para mim, o que importa é que, a partir de hoje, não foram 42 votos contra 10, é como se tivessem sido os 52 na minha pessoa", referiu, em declarações aos jornalistas, à margem.

O presidente eleito vai ser empossado na quarta-feira, às 17:00, na Arena Portugal, no Porto e mostra-se, desde já, disponível para "começar a executar rapidamente" o seu programa, tendo revelado que já hoje tem agendada uma "reunião estratégica".

"Faço questão de hoje estar já presente no Gil Vicente - Vitória de Guimarães. Depois, vou fazer de tudo para que possa estar também no Santa Clara - Sporting. E, ainda antes disso tudo, hoje à tarde, quero trabalhar com a minha equipa para planearmos um conjunto de ações que temos que começar a executar rapidamente", revelou.

A proatividade que pretende incutir visa dar resposta a uma realidade que considera "dura e crua", ainda que reconheça "o esforço das sociedades desportivas e o crescimento que tem havido a vários níveis".

"A I Liga tem as assimetrias conhecidas e está a cair no ranking da UEFA. O problema de sustentabilidade estende-se à II Liga e a um futebol também despido de recursos e de adeptos nas bancadas. Não vou dramatizar, mas também não vou pintar uma realidade paralela. Este é o nosso ponto de partida e é a motivação que nos leva de imediato para o terreno", alertou.

Quanto ao seu 'elenco' executivo, Reinaldo Teixeira já tinha anunciado André Mosqueira do Amaral para as ‘pastas’ da centralização, comercial e internacionalização, de Sónia Costa Cunha para a direção financeira, de Bernardo Azevedo para as áreas comercial e patrocínios, de Francisco Antunez para o setor criativo e conteúdos e ainda de Susana da Silva Curto para o marketing, eventos e infraestruturas.

"O meu slogan de campanha foi 'Uma Liga para Todos', para todas as classes, sejam baixas, médias ou altas. A minha missão é servir o futebol e aplicar o conhecimento que adquiri ao longo de quase 30 anos nesta casa e mais de 40 no futebol", concluiu.

Reinaldo Teixeira tornou-se hoje o 11.º presidente da LPFP, no período remanescente do quadriénio 2024-2027, depois de Pedro Proença ter saído para a liderança da FPF, tendo Helena Pires, diretora executiva, assumido os destinos do organismo de forma interina.