A maior duração das partidas da I Liga de futebol nem sempre tem trazido melhorias no tempo útil, advertiu hoje o treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, aplaudindo a recente extensão dos períodos de compensação.
“Acho que é justo e é aquilo que toda a gente andava a pedir, porque o tempo útil de jogo do nosso campeonato era dos mais baixos da Europa. Agora, há uma coisa engraçada: o FC Porto tem tido cento e tal minutos como média de tempo de jogo, mas é a equipa com menos tempo útil. Isso é sinónimo de alguma coisa”, analisou, em conferência de imprensa.
De acordo com os dados da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), os ‘azuis e brancos’ têm a segunda média de tempo de jogo total mais alta entre os 18 emblemas do campeonato (107.46 minutos), atrás do Arouca, mas a terceira pior em tempo útil (53.30), além da pior percentagem de tempo em que a bola está efetivamente em jogo (49,64%).
“Não estou a dizer que as equipas fazem antijogo contra nós, mas, se queremos ter ritmo alto, intensidade e velocidade nos nossos jogos, é difícil. Se existem 10 ou 15 minutos de compensação, é preciso perceber quantos são jogados. É algo que já faz parte da nossa cultura e do querer ganhar, mas cabe ao árbitro decidir se teremos de jogar mais minutos de ‘descontos’ ou não”, vincou Sérgio Conceição, após 37 dias sem falar aos jornalistas.
Durante esse período, o FC Porto garantiu seis dos atuais 10 pontos após os 90 minutos, tendo operado a reviravolta na visita ao Rio Ave (2-1), por entre uma vitória e um empate registados nas receções ao promovido Farense (2-1) e ao Arouca (1-1), respetivamente.
“É importante que toda a gente contribua. Custa mais compreender os erros que têm sido cometidos no videoárbitro (VAR), porque aí já não existe a pressão do próprio jogo e dos jogadores. É um ambiente onde se está tranquilo para tomar boas decisões, que não têm existido. É uma fase que espero que passe, mas que não é boa para o futebol nacional e para nós”, juntou, na véspera da visita ao Estrela da Amadora, da quinta ronda da I Liga.
Sérgio Conceição aproveitou também o regresso ao contacto com a comunicação social para ripostar as críticas que recebeu na semana passada de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto e membro do Conselho Superior do vice-campeão nacional.
Depois de ter sido descrito como um “treinador falhado”, o antigo futebolista internacional português optou por se dirigir ao autarca através da sua condição de adepto do FC Porto para defender que “a forma e o conteúdo” desse reparo têm um teor “mau e enganador”.
“O meu passado é indelével e não poderá ser apagado. São 10 títulos e, dos últimos sete [em termos nacionais], ganhámos cinco. Entre receitas e gastos, há um saldo positivo de mais de 600 milhões de euros. Estamos sempre sujeitos à crítica, o que é absolutamente normal, mas os verdadeiros adeptos, e não os pseudo-adeptos do FC Porto, têm de ser inteligentes e perceber que estamos num ano difícil para o clube e existe muita gente a querer posicionar-se em ano eleitoral. Temos de estar juntos. Se não estivermos, vai ser mais difícil para nós. Quando vejo um adepto a criticar deste modo e com esse conteúdo, possivelmente não gostará desta grandíssima instituição que é o FC Porto”, respondeu.
O FC Porto, um dos líderes da I Liga, com 10 pontos, visita o Estrela da Amadora, 13.º, com quatro, na sexta-feira, às 19:15, no Estádio José Gomes, na Amadora, no jogo de abertura da quinta jornada, sob arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.
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