O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) revelou hoje a sua posição contrária ao sorteio dos árbitros nas competições profissionais, decidido pelos clubes em Assembleia Geral (AG) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
As três secções do CA da FPF reuniram-se na sexta-feira em Rio Maior e decidiram, por unanimidade, contestar a implementação do sorteio de árbitros, assistentes e observadores em 2015/16, que ainda terá de ser ratificada em reunião magna federativa.
“Manifestar opinião discordante pela introdução do sorteio, qualquer que seja a sua forma, e defender a manutenção do sistema de nomeação por designação direta de árbitros, árbitros assistentes e observadores, por ser este o que melhor defende os interesses das competições, da arbitragem e dos árbitros”, lê-se no primeiro de cinco pontos do comunicado do CA da FPF.
O mesmo documento dá ainda conta de que o plenário do CA considerou “inconcebível a proposta de os clubes poderem interferir diretamente na classificação dos árbitros, em resultado da denúncia das suas atuações, por isso representar uma intolerável forma de pressão sobre os árbitros, com consequências prejudiciais para a verdade desportiva”, acrescentando que esta proposta “traduz uma desconfiança relativamente aos árbitros e à arbitragem”.
Esta estrutura federativa repudia ainda “as ofensas públicas e infundadas à honorabilidade” dos seus membros, advertindo ainda para “a possibilidade de a proposta não estar de acordo com a legislação aplicável em vigor”.
Na segunda-feira, a maioria dos clubes representados na AG da LPFP aprovou o regresso do sorteio dos árbitros nos jogos das competições profissionais, através de um sorteio condicionado pela obrigatoriedade de apenas os internacionais dirigirem os jogos considerados de maior dificuldade.
Na terça-feira, o presidente da LPFP, Luís Duque, disse à Lusa que o organismo a que preside já tinha entregado o pedido para a convocação de uma AG extraordinária para a ratificação das alterações ao regulamento de arbitragem.
Dois dias depois, fonte oficial da FPF disse à Lusa que o presidente do organismo, Fernando Gomes, pediu “prioridade máxima” para a convocação da Assembleia Geral (AG) que vai apreciar as alterações aos regulamentos, entre os quais o sorteio dos árbitros.
A mesma fonte deu conta desta solicitação, acrescentando que o presidente da Mesa da AG, José Luís Arnaut, já pediu aos associados para se pronunciarem sobre a agenda a discutir na reunião magna.
Cumprido este procedimento regulamentar, na quarta-feira, os associados têm até segunda-feira para se manifestarem sobre os pontos a discutir na AG, cuja convocatória terá de ser feita com 15 dias de antecedência, ou seja, a reunião magna nunca ocorrerá antes de 21 de julho.
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