O presidente honorário António Freitas e o atual vice-líder do futebol de formação Joaquim Neves lideram as duas candidaturas às eleições mais concorridas da história do Desportivo das Aves, da I Liga, em 27 de junho.
“A candidatura de Joaquim Neves já foi comprovada e aceite. A lista de António Freitas teve de substituir um elemento, mas está tudo resolvido e nos eixos para o ato eleitoral avançar”, confirmou à agência Lusa o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Nuno Lima Cardoso, após o fim do prazo para a formalização dos concorrentes aos corpos sociais do emblema do concelho de Santo Tirso rumo ao biénio 2020-2022.
O sufrágio deveria ter ocorrido em 09 de maio e foi suspenso três semanas antes devido à pandemia de covid-19, sendo remarcado para 27 de junho e deslocado do estádio para o pavilhão do Desportivo das Aves, onde será consumado o fim de ciclo de Armando Silva, que lidera os nortenhos desde 2010/11 e afastou uma recandidatura em 29 de maio.
“Não haverá novidades relativamente ao cumprimento das normas da Direção-Geral da Saúde. A nossa intenção é anunciar esta semana quais serão as condicionantes, que passarão por um espaço mais amplo e um tempo de eleição mais alargado, tendo em conta uma expectável maior afluência em função da existência de duas listas”, frisou.
Antigo dirigente máximo dos avenses entre 1998 e 2001, António Freitas desistiu da corrida presidencial nas eleições de janeiro de 2016 e comprometeu-se em 31 de maio a “colocar o Aves dos sócios como um clube de primeira”, priorizando a aposta no futebol jovem e nas modalidades, a revitalização financeira e a dinamização infraestrutural.
O empresário, de 66 anos, formalizou a lista na segunda-feira, acompanhado por Xano, mandatário e ex-jogador e treinador do Desportivo das Aves, tendo Nestor Borges como presidente-adjunto, os ‘vices’ Rita Puga, Diogo Pereira, Tiago Sampaio, Vera Gonçalves e José Pedro Freitas, o secretário Tiago Gouveia e a tesoureira Carla Antunes.
Rui Ribeiro e Fernando Herdeiro lideram a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal, respetivamente, numa candidatura denominada “O Aves é Nosso”, através da qual António Freitas pretende aplicar a experiência acumulada em diversos cargos diretivos, tal como o adversário Joaquim Neves em relação ao passado construído nos relvados.
Sob o lema “O Aves é dos Avenses”, o empresário Joaquim Neves quer “dar continuidade” ao “patamar alto” dos nortenhos no futebol de formação, como atestou a conquista da primeira edição da Liga e da Taça Revelação na última temporada, de forma a alimentar os plantéis seniores de voleibol feminino e futsal e criar uma equipa de futebol feminino.
O antigo lateral direito, de 49 anos, que começou e acabou a carreira ao serviço do Desportivo das Aves, será auxiliado pelo presidente-adjunto Nuno Almeida e pelos ‘vices’ Benjamim Castro, António Lobão, João Manuel Coelho, Celso Campos e Marisa Martins, além do tesoureiro João Martins e do secretário da direção Joaquim Castro.
Internacional português por uma ocasião, Joaquim Neves repescou 11 dos 16 membros dos atuais corpos sociais, mantendo Nuno Lima Cardoso na liderança da Mesa da Assembleia Geral e promovendo José Fernandes ao Conselho Fiscal, nomes entregues nos serviços do clube em 05 de maio com o mandatário João Adílio Monteiro.
Posicionados no último lugar do campeonato, com 14 pontos em 27 jornadas, 11 abaixo da zona de salvação, os nortenhos têm a gestão do futebol profissional entregue ao grupo de investidores Galaxy Believers, que controla 90% das ações da sociedade anónima desportiva, enquanto o clube detém os restantes 10% desde agosto de 2015.
Os avenses têm atravessado uma série de contrariedades desportivas, diretivas e financeiras e voltaram a falhar na terça-feira a obrigação de demonstrar a inexistência de dívidas salariais a jogadores e treinadores nos meses de março e abril junto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que remeteu o processo para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, tal como tinha sucedido em 03 de abril.
A SAD liderada pelo chinês Wei Zhao justificou o incumprimento entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020 com a paralisação da atividade económica na China, motivada pela pandemia de covid-19, mas assistiu às rescisões unilaterais do guarda-redes francês Quentin Beunardeau e do avançado brasileiro Welinton Júnior, numa reincidência que pode significar cinco a oito pontos de penalização na luta pela manutenção na I Liga.
As eleições dos órgãos sociais do Desportivo das Aves para o próximo biénio estão agendadas para 27 de junho, no pavilhão do CD Aves, onde se seguirá a contagem dos votos e a cerimónia da tomada de posse.
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