O ex-presidente do Sporting Bruno do Carvalho e Alexandre Godinho, ex-membro do elenco diretivo foram, no passado sábado, expulsos de sócio do clube, em Assembleia Geral, com 69,37% dos votos favoráveis à exclusão, mas o universo leonino continua dividido quanto a esta situação.
Se por um lado existem os sócios que acreditam que esta expulsão vai dar um novo rumo ao clube, por outro lado existem associados que salientam que esta votação não é um remédio imediato pata as feridas internas.
António Paulo Santos, que fez parte da Comissão de Fiscalização, autora do processo que foi concluído pelo atual Conselho Fiscal e Disciplinar, sublinhou, em declarações ao jornal Record, que é preciso "um período de reflexão interna para que se consiga unir a massa associativa do Sporting em torno de um projeto ganhador e agregador, e não isolacionista".
"A divisão existe. É preciso lembrar que esta direção não ganhou com maioria absoluta [42,32%]. Temos de estar muito atentos", acrescentou o advogado, que esperava uma "palavra de apreço"da atual direção liderada por Frederico Varandas pelo papel de transição da anterior para a nova direção.
"Se houve eleições livres e se o clube hoje não é governado por um déspota, bem podem agradecer o nosso trabalho. Foi muito difícil e com risco físico grande", relembrou.
Dias Ferreira pede revisão dos estatutos, João Mesquita Trindade fala de um assassínio social
Dias Ferreira, candidato às eleições em 2011 e 2018, não esteve presente na Assembleia Geral do passado sábado, "sem prejuízo de condenar", os comportamentos que levaram à expulsão de Bruno de Carvalho.
O advogado, de 71 anos, diz ser contra "julgamentos populares" e pede uma revisão nos estatutos do clube leonino.
"Parece que queremos voltar aos julgamentos populares e eu sou absolutamente contra isso, por princípio, por convicção. Foi essa a razão, aliás, pela qual não compareci nessa assembleia geral, como não compareci na outra. Está nos estatutos, mas há que modificá-los, porque há muitas coisas nos estatutos completamente ultrapassadas", atirou.
João Mesquita Trindade, apoiante de Bruno de Carvalho, também considera que existem divisões no universo leonino.
"Se fosse um voto, um sócio, o resultado era 60/40 e não 70/30. Isto é, em cada dez pessoas, quatro são a favor de Bruno de Carvalho. Em 5 mil que foram à AG, 2 mil eram de Bruno de Carvalho. Em 50 mil sócios que efetivamente pagam quotas, 20 mil são por Bruno de Carvalho. Portanto, nós, os 'brunistas', não somos meia dúzia de patetasm loucos e chanfrados que andam atrás de um mito e de uma quimera. Não somos", afirmou o antigo presidente do Conselho Leonino.
"Ele com esta expulsão não foi destituído só de sócio do Sporting, foi assassinado socialmente", lamentou.
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