Depois do triunfo na primeira volta em Vila do Conde, o Rio Ave voltou a ser uma pedra no sapato do FC Porto, mas desta vez houve Toni Martínez a garantir os três pontos e o dragão segue na perseguição ao Benfica – está agora a dois pontos do líder, que recebe o Boavista na segunda-feira.

A equipa de Sérgio Conceição, limitada pelas muitas ausências, mostrou pouca agressividade e acabou por dar descanso a Jhonatan na primeira parte – foi preciso esperar quase 40 minutos pelo primeiro remate. Disposto num 3x5x2 que lhe garantiu superioridade no meio-campo, o Rio Ave esteve solto nas transição e, consequentemente, mais perigoso: além do lance anulado a André Pereira, teve um livre de Samaris e um tiro de Guga de fora da área, ambos travados por duas intervenções de alto nível de Diogo Costa.

Sérgio Conceição mudou a dinâmica e deu conta disso num papel que passou a Pepê. A equipa melhorou, ainda assim, nada fazia prever o golo de Toni Martínez em cima do intervalo: a bola chegou a Wendell, sobre a esquerda, na sequência de um livre, e o brasileiro cruzou em esforço para o desvio do espanhol no coração da área – tinha sido ele a fazer o golo de honra nos Arcos.

Não havia melhor 'timing' para desbloquear o jogo. No entanto, contrariamente ao que se esperava, o FC Porto não carregou na segunda metade. Só em cima do apito final, já com o Rio Ave exposto na busca do empate, Namaso viu Pantalon negar-lhe o 2-0 com um corte fantástico. Do outro lado, Boateng atirou às malhas laterais, Ruiz por pouco não aproveitou um erro de Diogo Costa e aos 90+6' Boateng, solto de marcação, cabeceou incrivelmente ao lado da baliza portista.

Respirava de alívio o Dragão no final de um jogo que começou com uma sentida homenagem a Christian Atsu, horas depois de o ganês ter sido encontrado morto debaixo dos escombros do prédio onde vivia, na sequência do terramoto que abalou o sul da Turquia e o norte da Síria, pelos dois clubes que representou em Portugal.

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O momento

Toni Martínez desbloqueia o jogo: À falta de inspiração, valeu o sentido de oportunidade de Toni Martínez, a resolver um jogo que podia tornar-se ainda mais complicado para o FC Porto. E logo com dois protagonistas que até àquele momento nem estavam no seu melhor: Wendell a cruzar rasteiro, no flanco esquerdo, e Toni Martínez a desviar ao primeiro poste para o fundo das redes.

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Os melhores

Rio Ave: Honra seja feita à equipa de Luís Freire, que nunca se escondeu no Dragão e até deu bastante que fazer a Diogo Costa. Pode-se criticar a exibição cinzenta do FC Porto, mas houve mérito na forma como os vila-condenses tiraram partido das fragilidades do adversário. Faltou melhor capacidade de decisão.

Toni Martínez: Não tem a qualidade técnica de Taremi, mas foi eficiente quando a equipa mais dele precisava. E não é isso que (também) se espera de um ponta de lança?

O pior

Boateng: Tivesse tido outra capacidade de decisão e o Rio Ave poderia ter saído do Dragão com outro resultado. Foram duas oportunidades desperdiçadas pelo internacional ganês na segunda parte, e em ambas podia ter feito melhor.

As reações

Conceição preferiu o resultado à exibição, Eustáquio destacou a consistência da equipa

Luís Freire considera que a equipa merecia o empate, Guga não escondeu a frustração