O FC Porto tornou-se há 30 anos no primeiro clube português a conquistar a Supertaça Europeia de futebol, confirmado com uma vitória em casa por 1-0 na segunda mão, graças a um golo de Sousa.
Em 13 de janeiro de 1988, os ‘azuis e brancos’ juntaram a Supertaça à Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1986/87, depois do triunfo na Holanda, em 24 de novembro de 1987, então com um tento de Rui Barros, aos cinco minutos.
“Era uma equipa vencedora. Foi crescendo com uma marca implementada ao longo dos anos anteriores, no sentido de procurar ter um grande respeito pelo nome do FC Porto em termos europeus”, explicou à agência Lusa o antigo médio António Sousa, recordando um título que ainda é inédito entre clubes portugueses.
Para o denominado ‘pé de canhão’, erguer a Supertaça Europeia foi o corolário para uma geração ‘azul e branca’, que já tinha conquistado a Taça Intercontinental, em 13 de dezembro de 1987, frente aos uruguaios do Peñarol.
“Felizmente tivemos a sorte de estar nas finais, na conquista dos títulos e de os vencer”, disse Sousa, de 60 anos, que recorda “perfeitamente” os dois jogos com o Ajax, orientado, na altura, pelo emergente treinador holandês Johan Cruijff.
De acordo com Sousa, disputar pela primeira vez a Supertaça Europeia, “era um estímulo extremamente importante” para o FC Porto e para os jogadores, que, dadas as conquistas inéditas recentes, se sentiam imbatíveis e invencíveis.
“Sabíamos que era a primeira e se calhar a ultima [Supertaça] em que estaríamos presentes. Num jogo tão importante, a motivação era excelente e o espírito foi sempre o melhor possível, para durante a competição sermos melhores do que o adversário”, disse.
Sousa partilhou a conquista da Supertaça Europeia com Mlynarczyk, João Pinto, Lima Pereira, Geraldão, Inácio, Bandeirinha, André, Jaime Magalhães, Fernando Gomes e Rui Barros. Jorge Plácido e Semedo foram chamados a jogo nas Antas e na primeira mão participaram também Frasco e Quim.
O antigo médio recordou o golo marcado nas Antas, que sentenciou a eliminatória, como se fosse hoje: “foi num cruzamento à entrada da área, de bola parada. Um adversário tentou afastar, mas a bola caiu ligeiramente descaída para lado esquerdo e dei um ‘tiro’ rasteiro para o lado esquerdo de Menzo.
“Tínhamos uma mentalidade forte e a qualidade também imperava. Sabíamos daquilo que podíamos fazer, sempre com o máximo respeito pelo adversário. E, apesar de por vezes sentirmos que o adversário era superior, com a nossa maturidade, forma de estar e presença enquanto grupo, conseguíamos ultrapassar essas situações”, referiu.
Ainda de acordo com Sousa, foi com esse sentido de “união e coesão muito forte” que o FC Porto fez história com a conquista de tudo o que podia conquistar, juntando o campeonato e a Taça de Portugal aos títulos internacionais.
O FC Porto sagrou-se campeão europeu com Artur Jorge como treinador, na final disputada com os alemães do Bayern Munique (2-1), em Viena, na Áustria, mas foi já com o croata Tomislav Ivic no banco que ergueu a Supertaça Europeia.
“Tinham métodos e mentalidades diferentes, mas o simbolismo e a escola [à FC Porto] estavam presentes num e noutro”, disse Sousa, acrescentando que, além de os jogadores serem também os mesmos, “o clima e o ambiente que norteava a equipa era o de sempre”.
De acordo com Sousa, “a equipa procurava jogar sempre melhor do que o adversário. O carisma que existia dentro da equipa era soberbo e talvez por isso é que o FC Porto teve a possibilidade de conseguir chegar a estas finais e vencê-las”.
“Infelizmente não houve mais nenhuma. Esta [Supertaça Europeia] foi a primeira e a única e já foi há 30 anos. Mas é ótimo e maravilhoso poder estar a falar disso. É um sinal muito positivo”, acrescentou António Sousa.
FC Barcelona e AC Milan, com cinco títulos, e Real Madrid, com quatro – três dos quais nos últimos quatro anos – são os clubes que mais vezes ergueram a Supertaça Europeia. O FC Porto disputou a competição noutras três ocasiões, mas saiu derrotado em 2003, 2004 e 2011, frente a AC Milan, Valência e FC Barcelona, respetivamente.
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