O presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, Jaime Marta Soares, disse hoje que "nada ficará como dantes" e que serão tomadas decisões importantes para o futuro dos 'leões', recusando assumir responsabilidades no clima de instabilidade.
Jaime Marta Soares, que falava à entrada para a reunião dos órgãos sociais do Sporting que decorre no Estádio José Alvalade, salientou que o objetivo passa por decidir com serenidade o futuro do clube.
"Vamos procurar consciencializar que dentro do Sporting não somos inimigos uns dos outros. Somos sócios que queremos o bem do clube. É dentro desses valores e princípios que vai decorrer esta reunião", começou por dizer.
Na passada segunda-feira ficou decidido que hoje será colocado "preto no branco" o futuro de Bruno de Carvalho, que hoje já afirmou não ter a intensão de se demitir, à frente do Sporting, motivo pelo qual Jaime Marta Soares frisa que esta é "uma reunião de decisões".
"O que importa é criar estabilidade no clube. Nada ficará como dantes. Mantenho a opinião de que o melhor cenário é a demissão do Conselho Diretivo. No final, vamos dizer tudo o que se passou", repetiu.
Questionado sobre se o cenário de eleições antecipadas iria ou não afetar a preparação da próxima época desportiva, Jaime Marta Soares sustenta que a Mesa da Assembleia Geral tudo fez para garantir a estabilidade em Alvalade.
"Não queria utilizar esse recurso. Se isso tiver que acontecer, a responsabilidade não é da Mesa, que tem feito tudo o que está ao nosso alcance para ultrapassar esta dificuldade. Todos sabem que há milhares de assinaturas de sócios a pedir isso. Posso garantir que não vou desrespeitar as decisões dos sócios. Tenho a obrigação de seguir religiosamente a vontade dos sócios. As decisões da Mesa são decisões que visam os interesses do Sporting Clube de Portugal", concluiu.
O líder da MAG convocou hoje uma reunião entre os órgãos sociais do Sporting. A reunião teve início às 19:00 e irá decidir se convoca ou não uma assembleia geral para a destituição de Bruno de Carvalho à frente da presidência do Sporting.
A crise 'leonina' teveo o seu foco inicial em 15 de maio, dia em que cerca de 40 alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.
A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.
Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o ‘team manager’ do clube, André Geraldes.
Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral, a maioria dos membros do Conselho Fiscal e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
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