O treinador João Pedro Sousa pediu hoje aos futebolistas do Boavista que consigam “controlar a pressão” do FC Porto através da sua “competência técnica, tática e emocional”, no sábado, no dérbi portuense da 10.ª jornada da I Liga.
“Se quisermos falar muito friamente de uma estratégia global, passa pela capacidade de ter bola e desorganizar o FC Porto e a sua pressão, que é forte e constante. Seria o ideal fazer isso em vários momentos e em zonas longe da nossa baliza. Se não, vamos sofrer muito e, se começarmos a sofrer demasiado, a probabilidade de consentir golos é muito grande, dada a capacidade do adversário”, frisou o técnico, em conferência de imprensa.
Os ‘axadrezados’ encaram o duelo da cidade Invicta após três empates consecutivos no campeonato, antecedidos pela derrota no terreno do Benfica (1-3, à sexta ronda), numa fase em que visam “um futebol mais dinâmico e agressivo” para ganharem mais vezes.
“Queremos regressar às vitórias. Estamos conscientes de que não é o jogo ideal para o fazer, mas temos a responsabilidade de o preparar dessa forma. Não adianta falar nas dificuldades nem quero voltar a tocar no assunto, porque, mesmo resolvendo algumas, serão diárias e até ao fim da época”, admitiu, em alusão às ausências por lesão de Tiago Ilori, Miguel Reisinho, do equatoriano Jackson Porozo e do guineense Marcelo Djaló.
De regresso está o brasileiro Gustavo Sauer, melhor marcador do Boavista em 2021/22, com cinco golos, que cumpriu castigo no ‘nulo’ frente ao Belenenses SAD e foi mais uma condicionante para João Pedro Sousa na tarefa de estabilizar as escolhas preferenciais.
“Estou satisfeito com a classificação e a pontuação, mas não com a forma como estamos a competir. Já tentamos algumas variantes, sempre condicionados pela construção um pouco tardia de um ‘onze’ e pelas lesões que foram surgindo sistematicamente semana após semana. Longe de nós queremos refugiar-nos no que quer que seja”, ressalvou.
Convicto da competitividade do FC Porto, João Pedro Sousa descartou que o rival surja abalado pela derrota a meio da semana na visita ao Santa Clara (1-3), a primeira esta época em provas nacionais, que impôs o afastamento da ‘final four’ da Taça da Liga.
“A sensação que tenho é precisamente o contrário. Muito sinceramente, não me recordo quando é que o FC Porto teve duas derrotas consecutivas no conjunto de todas as competições. O último desaire para o campeonato vai há já um ano. Gostávamos de ser nós a causar esse dano e tentaremos fazê-lo, mas temos de ser muito competentes e concentradas, com níveis de agressividade altos e perfeitos a nível tático”, enquadrou.
Os ‘axadrezados’ triunfaram em duas das 58 visitas aos ‘azuis e brancos’ para a I Liga, a última das quais em 2004/05 (1-0), e empataram pela sétima vez nesse recinto na época anterior (2-2), apesar de terem ido para o intervalo a vencer por dois golos de diferença.
“É um jogo especial para nós e sempre carregado de emoção e de sensações diferentes. Alguns jogadores do Boavista vão sentir essas sensações pela primeira vez e isso é bom para o nosso crescimento. Sendo extremamente complicado, queremos disputá-lo com intensidade, sabendo que é muito importante para o clube e para os adeptos”, concluiu.
O Boavista, oitavo colocado, com 11 pontos, visita o FC Porto, segundo, com 23, menos um face ao líder Benfica, no sábado, às 17:00, no Estádio do Dragão, no Porto, em jogo da 10.ª jornada da I Liga, com arbitragem de Tiago Martins, da associação de Lisboa.
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