O brasileiro Jonas, que na quarta-feira terminou a carreira de futebolista, após cinco temporadas no Benfica, afirmou hoje que “ninguém é insubstituível” e confessou que gostaria de ter passado o ‘testemunho’ a João Félix.
“Na quarta-feira, cumpri o que queria e terminei a carreira no Benfica. Volto para casa, com o sentimento de dever cumprido e de que estou a parar na hora certa”, afirmou o agora ex-jogador, de 35 anos.
Jonas falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa no Estádio da Luz, onde se deslocou para uma sessão de autógrafos, que levou centenas de pessoas ao recinto benfiquista.
Nas cinco épocas de águia ao peito, o jogador viveu “muitos momentos bonitos”, admitindo mesmo que a passagem ultrapassou as expetativas: “Os objetivos aqui foram além do que eu imaginava.”
No momento em que fecha a carreira, Jonas não quis apontar um substituto no plantel do Benfica, salientando que os ‘encarnados’ têm “grandes jogadores”. Contudo, confessou a quem gostaria de ter entregue a camisola ‘10’ que envergou nos últimos anos.
“Ninguém é insubstituível. O Seixal tem revelado muitos jovens. O [João] Félix poderia herdar a minha 10, seria natural essa passagem de testemunho, mas a proposta do Atlético [de Madrid] acabou por ser boa para todos”, disse.
Por outro lado, Jonas revelou confiança nas capacidades dos avançados que integram o plantel das ‘águias’: “O Seferovic já mostrou o seu potencial na temporada passada. O Raúl de Tomás também demonstrou qualidade no futebol espanhol e vai ter muito sucesso aqui. Há também o Cádiz, que vai acrescentar muito. O Benfica está bem, tem um grupo muito forte.”
Se Bruno Lage “foi muito importante” na reta final da carreira de Jonas e Rui Vitória se destacou “na gestão dos jogadores e do grupo”, acabou por ser outro treinador a potenciar as características do antigo avançado.
“O Jorge Jesus, taticamente, dispensa comentários. Quando aqui cheguei, ele tirou de mim um futebol que eu próprio nem acreditava ser possível”, referiu, antes de revelar que não recebeu qualquer convite para se juntar ao técnico português no Flamengo.
Encerrada a carreira, Jonas vai agora “estar perto da família, no interior de São Paulo”, onde vai concretizar alguns “projetos familiares”, embora tenha assumido que vai “continuar a ter uma relação com o Benfica”.
Jonas, de 35 anos, chegou ao Benfica como jogador livre, em setembro de 2014, já depois do fecho do ‘mercado’ de transferências, após se ter desvinculado dos espanhóis do Valência, que o tinham contratado ao Grêmio, em 2010.
Antes, tinha também representado Guarani, Santos e Portuguesa.
Ao serviço do emblema da Luz, o ‘pistolas’, como ficou conhecido entre os adeptos benfiquistas, participou em 183 jogos e marcou 137 golos, tornando-se mesmo no segundo melhor marcador estrangeiro das ‘águias’, apenas atrás do paraguaio Óscar Cardozo (172).
Desde 2014, Jonas ajudou o Benfica a conquistar quatro títulos de campeão nacional (2014/15, 2015/16, 2016/17 e 2018/19), duas supertaças (2016 e 2017), duas taças da Liga (2014/15 e 2015/16) e uma Taça de Portugal (2016/17).
De ‘águia’ ao peito, foi também o melhor marcador da I Liga em duas ocasiões (2015/16 e 2017/18) e eleito o melhor jogador da competição noutras duas (2014/15 e 2015/16).
Pela seleção brasileira, somou 12 internacionalizações e três golos, tendo participado na Copa América de 2016.
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