O treinador do Boavista, Jorge Simão, assumiu esta sexta-feira a vontade de mostrar o trabalho feito na interrupção de três semanas da I Liga na receção ao Moreirense, no sábado, em jogo da 12.ª jornada.
"O sentimento é ‘ufa, vamos jogar’. Não é muito comum, no decurso de um campeonato, haver uma fase destas, mas tivemo-la e aproveitámo-la da melhor forma que pudemos. Tivemos hipótese de fazer quatro jogos-treino, de trabalhar no duro, focados e com rigor e definir comportamentos que queremos que sejam visíveis no jogo já amanhã [sábado]", acrescentou Jorge Simão.
Mais à frente, afirmou: "Se eu pudesse ter escolhido, preferia ter estado a jogar nesta pausa".
O Boavista esteve sem competir oficialmente desde o passado dia 04, quando jogou fora e perdeu com o Tondela (3-2), mas ao longo desta paragem efetuou jogos-treino com Varzim (1-0), Académico de Viseu (1-0), Penafiel (2-0) e equipa B ‘axadrezada’ (6-0).
Nesse período, a pior notícia para o Boavista foram as lesões do atacante Renato Santos e do médio Gilson Costa, que se juntam, assim, aos também lesionados Edu Machado, Tiago Mesquita, Iván Bulos e Yusupha Njie.
"Por muito lamento que possamos sentir por não poder contar com um jogador numa fase ou num jogo, o que sinto é uma esperança redobrada em poder ver outro jogador que daria a vida para poder ter minutos de jogo e dar o seu contributo à equipa", comentou Jorge Simão.
O treinador boavisteiro disse que a paragem não foi encarada como uma pré-epoca, alegando tratar-se de "um contexto diferente".
"Não é fácil manter os jogadores com o mesmo nível de dedicação, porque sabemos que não há jogo e isso, quer se queira quer não, é sempre uma dificuldade", referiu.
A paragem, explicou, serviu para "limar algumas arestas em determinados comportamentos, quer individuais quer coletivos", os quais, completou, espera expressos nos próximos jogos, nomeadamente na receção ao emblema de Moreira de Cónegos.
"Foram três semanas sem jogos e o que senti, mesmo nos jogos-treino que fizemos, contra equipas da II Liga e inclusivamente contra a nossa equipa B, foi que os jogadores se mantiveram focados. Conseguimos manter toda a gente viva e focada naquilo que é a evolução dos comportamentos que queremos", reforçou.
Questionado sobre o Moreirense, penúltimo classificado da I Liga, Jorge Simão vincou que a sua análise não passa pela tabela classificativa ou pelo " último trajeto em termos de resultados" que o adversário efetuou.
"Cada vez me foco mais nas caraterísticas da equipa e na influência que o seu treinador tem vindo a ter na equipa. Isso é que interessa, perceber quais são as caraterísticas, que comportamentos esta equipa procura no jogo, para nos podermos preparar reduzindo o grau de incerteza do que vamos encontrar", sustentou.
Jorge Simão disse ainda que "quase podia dar o ‘onze’ do Moreirense" para este embate com o Boavista, mas ficou-se por aí e adiantou que viu os dois últimos jogos oficiais da equipa de Moreira de Cónegos, para a Taça da Liga, com o Feirense (vitória por 2-1) e para a Taça de Portugal, com o Felgueiras (triunfo por 5-2).
O treinador admitiu ainda a possibilidade de o Boavista reforçar o seu plantel em janeiro, elogiando a qualidade dos seus jogadores.
"Está aqui uma equipa com qualidade para fazer um campeonato perfeitamente adequado aos objetivos traçados. Agora, tenho de estar atento ao que se passa no mercado e às opções disponíveis. Se conseguirmos encontrar alguma situação que seja boa para melhorar aquilo que temos, estaremos atentos", disse.
O Boavista, nono classificado com 13 pontos, e o Moreirense, 17.º com sete, defrontam-se no sábado, às 18:15, no Estádio do Bessa, no Porto.
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